Ministério do Esporte Com leitura facial, seleção de judô estuda adversários e até árbitros em busca de pódio
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Com leitura facial, seleção de judô estuda adversários e até árbitros em busca de pódio

Quem acompanha os treinos da Seleção Brasileira de judô não deixa de reparar, na beira do tatame, uma mesa com laptops e tablets. É ali que está uma das armas da modalidade brasileira na busca por medalhas nos Jogos Olímpicos. No Rio, o trabalho dos estrategistas vai além de analisar adversários dos donos da casa. Ele avança por outras áreas e chega até o mapeamento facial de árbitros que irão atuar no tatame olímpico.

Com a função de auxiliar os técnicos e atletas da Seleção Brasileira, os estrategistas mapearam os diferentes perfis dos árbitros e fizeram uma análise das expressões dos profissionais durante os combates. São detalhes mínimos que auxiliam os técnicos a montar a tática de luta.

O coordenador Leonardo Mataruna (à direita): estrategista chefe da Seleção Brasileira de judô. (Foto: Breno Barros/ME)O coordenador Leonardo Mataruna (à direita): estrategista chefe da Seleção Brasileira de judô. (Foto: Breno Barros/ME)

“A gente procurou inovar. Assim, procuramos mapear os árbitros também. Temos um perfil de qual árbitro pune mais, qual deixa a luta rolar mais no chão, o que dá mais ippon. Também usamos um programa de leitura facial chamado FaceReader para mostrar qual é o árbitro mais ansioso, o que sente angústia em arbitrar determinado tipo de luta, etc”, disse Leonardo Mataruna, estrategista chefe da Seleção Brasileira.

A equipe conta com um banco de dados com mais de 68 mil vídeos de lutas. Para o Rio 2016, foram separados uma média de 14 vídeos de cada adversário potencial dos brasileiros. As imagens são dos combates com os próprios brasileiros e com atletas que apresentam as mesmas características motora dos judocas nacionais.

“Hoje não tem nenhum atleta que não conhece o adversário, seja brasileiro ou internacional. A ideia é cada vez mais a gestão do conhecimento estar a serviço do esporte. Não basta somente fornecer um banco de dados de imagens. Claro que as imagens ajudam, mas uma série de dados estatísticos e táticos são observados e transcritos através de uma linguagem acessível, tanto para o técnico quanto para o atleta”, explica Leonardo Mataruna.

O trabalho não se resume em extrair uma enxurrada de informações científica dos adversários, mas preparar os dados para que eles sejam utilizados na prática. “A análise de desempenho está focada não só no efeito surpresa, mas na questão de mapear a parte motora dos adversários e dos atletas brasileiros. Assim, podemos criar elementos importantes no momento da competição”, completou.

A equipe de estrategistas conta com três profissionais, além de um grupo de apoio de outros países, como Japão, França, Inglaterra e Alemanha. São nações adversárias dentro do tatame, mas fora dele o trabalho é integrado na troca de informações, o que facilita a coleta de dados, além de ficar economicamente viável para dar acesso a todas as competições internacionais durante o ano.

Nesta última fase de treinamento da Seleção no Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas, na Bahia, os estrategistas estão mapeando os adversários menos expressivos dos brasileiros, como Ilhas Maurício e São Tomé e Príncipe. “Claro que o nível de judô e a tradição deles não dá para comparar com a dos nossos atletas, mas é importante que os brasileiros saibam alguns detalhes importantes, como de que lado o adversário vem segurar primeiro no quimono, para que lado ele mais caminha dentro do tatame, qual é a técnica que ele mais utiliza”, revelou Mataruna.

A gestão de conhecimento atua em diferentes ações. No judô, o trabalho é realizado antes, durante e depois das competições. Na fase pré-Jogos, os profissionais procuram não estressar os judocas. “Nesta fase, o atleta recebe o feedback das imagens, estatística e números gerais, mas sem pressão para utilizar os dados”.

Como parte da estratégia, na fase de concentração em Mangaratiba (RJ) – a próxima dos judocas antes dos Jogos Olímpicos – os atletas de apoio vão procurar reproduzir a parte motora dos principais adversários. O trabalho será voltado para os brasileiros não terem surpresas. “Vamos reproduzir como o adversário segura no quimono, como ele pode caminhar no tatame, sufocar e pressionar os brasileiros”.

Com o trabalho da estratégia, os brasileiros chegarão aos Jogos Olímpicos Rio 2016 conhecendo profundamente os adversários e minimizando as chances de eventuais surpresas. “Ao longo da competição, um adversário pode inovar, mas geralmente não acontece no alto rendimento. É difícil você sair do padrão que está acostumado. Gosto de usar como exemplo o futebol. O jogador está acostumado a chutar com a perna direita e é especialista em bola alta. Durante o jogo, ele não vai arriscar chutar com a perna esquerda, do lado de fora da área, com uma bola baixa”, encerra Mataruna.

Centro Panamericano de JudôCentro Panamericano de Judô

Breno Barros, de Lauro de Freitas (BA)
Ascom – Ministério do Esporte

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