Ministério do Esporte Quase tudo pronto para o mais desafiante dos megaeventos esportivos
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Quase tudo pronto para o mais desafiante dos megaeventos esportivos

 
A 100 dias da cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, marcada para 7 de setembro, a capital fluminense acerta os últimos detalhes para deixar tudo pronto para o grande desafio que está por vir. Os Jogos Paralímpicos, além de toda a agitação nas áreas de competição – o evento reunirá mais de quatro mil atletas, de 176 países, em 23 modalidades – ganham ainda mais complexidade por conta das necessidades especiais de atletas, técnicos e do público envolvido.
 
A edição brasileira já traz, antes mesmo da abertura, uma marca histórica. Nunca foram feitos tantos testes paralímpicos quanto nesta edição. Foram oito no total: bocha, halterofilismo, rúgbi em cadeira de rodas, natação paralímpica, goalball, atletismo paralímpico, canoagem e paratriatlo, sendo que os dois últimos foram feitos junto das modalidades olímpicas.
 

“A gente procurou testar a acessibilidade não apenas para atletas, mas em relação ao público, ao serviço de mobilidade, ao transporte das delegações, às rotas acessíveis dentro das instalações, ao piso tátil para deficientes visuais, e também na infraestrutura da instalação em si, como banheiros, assentos acessíveis, e também a visão do torcedor na arquibancada em relação à área de competição”, explica Augusto Fernandes, coordenador de acessibilidade do Comitê Rio 2016.
 
“De maneira geral, foi isso que foi testado e tudo foi de suma importância para que a gente pudesse ter uma avaliação do que pode ser melhorado, do que funcionou e do que já está de acordo com as expectativas”, prossegue. “Óbvio que tudo foi mais reduzido nos eventos-teste, mas eles deram uma noção das dificuldades e do que deve ser melhorado”.
 
Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, endossou a avaliação de Fernandes. "A operação funcionou, os níveis de acessibilidade, que é uma especificidade do atleta paralímpico, ficaram muito bons, bem satisfatórios. É claro que são diferentes de instalação para instalação, mas acho que a operação está bem montada. Sempre tem o que aprender, uma ou outra falha que você pode observar e melhorar, mas, de uma forma geral, minha avaliação é a melhor possível", diz Andrew Parsons.
 
Aeroportos 
Os Jogos Paralímpicos geram impacto em muitas áreas fora dos locais de competições, em especial nos aeroportos e na Vila dos Atletas. “Houve um trabalho de informação, de sensibilização e de acompanhamento em relação aos aeroportos, inclusive com simulados”, lembra o coordenador do Comitê Rio 2016.  “O pessoal de chegadas e partidas conseguiu prover essa comunicação direta com os aeroportos e passar as informações necessárias para que eles pudessem se adequar”, lembra Augusto. 
 
Um desses testes foi com atletas do rúgbi em cadeira de rodas, no Galeão. "Foi o que mais me chamou a atenção", diz Andrew Parsons. "Primeiro porque eram seleções de fora, acostumadas com um nível alto de acessibilidade, como a seleção canadense, e são atletas que têm deficiência severa, na sua maioria tetraplégicos ou amputação nos quatro membros. E a opinião dos atletas estrangeiros foi positiva. O Galeão melhorou muito. Era um exemplo negativo há alguns anos em termos de acessibilidade, e tem se mostrado muito melhor na recepção e operação para passageiros ou atletas com deficiência", completa.
 
No teste, os atletas contaram com assistência especial desde a saída da aeronave, para troca de cadeira de rodas, passagem pela imigração e retirada de bagagens e equipamentos. “Estive no Brasil em 2007 e vejo que hoje tudo está mais rápido. Foi ágil a passagem de toda a equipe. As cadeiras chegaram em ótimas condições e muito rapidamente até nós. Esse é um passo muito importante, fomos tratados com muita eficiência”, disse, à época, Kevin Orr, técnico da seleção canadense de rúgbi em cadeira de rodas.
 
Outro ponto de monitoramento constante dos organizadores é a Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca. “É uma área de não competição, mas de suma importância. Eu tenho passado muito tempo lá para identificar necessidades e fazer ajustes. Temos feito um trabalho de entendimento do fluxo que os atletas vão fazer e trabalhado com informações em termos de sinalização para que os atletas possam ter facilidade no deslocamento. Na parte de acomodação, os apartamentos estão prontos e já estão terminando a instalação das barras de apoio. Agora vamos iniciar um procedimento de teste da resistência das barras”, explica Augusto Fernandes.
 
O coordenador de acessibilidade do Rio 2016 destaca ainda o foco nos profissionais que trabalharão nos Jogos Paralímpicos dentro e fora das arenas. “Nós nos preocupamos não somente com a estrutura física, mas também com o pessoal. Tem sido feito um trabalho de capacitação e sensibilização com as equipes da parte de segurança, da Força Nacional, e também com os voluntários para que eles possam atender a todos da melhor forma, para que tenhamos uma experiência única de serviço durante os Jogos”, conclui.
 
Ansiedades e otimismo
Ansiedade define o sentimento dos atletas a 100 dias dos Jogos. Para alguns deles, a oportunidade de participar de uma edição do evento em casa mexe com o lado emocional e transforma a espera pelo começo das competições em um sentimento que beira a angústia.
 
“Estou bastante ansioso”, admite o velocista Petrúcio Ferreira. “Vai ser a minha primeira Paralimpíada. Além disso, vou disputar em casa, com a torcida de todos”, diz o jovem de 19 anos, que tem outro desafio pela frente até setembro: convencer a mãe a assisti-lo em ação. “Ela não está querendo ir porque não quer viajar de avião. Mas vou fazer de tudo para levá-la”, diz o atleta.
 
Enquanto Petrúcio aguarda a chegada da primeira Paralimpíada, o nadador Ronystony da Silva tem bem viva na memória a lembrança de Londres 2012, onde encontrou um estádio lotado de britânicos torcendo e fazendo barulho para os atletas da casa.
 
“Era um cubo fechado, com 20 mil pessoas gritando o nome dos britânicos. Você nem escutava o locutor”, conta. “Para nós, brasileiros, nem precisa ser 20 mil. Cinco mil já estaria bom. Vai ser emocionante para quem estiver lá, nadando ou assistindo”, aposta.
 
Um dos mais experientes da delegação, o também nadador Clodoaldo Silva acredita que o esporte paralímpico vive seu melhor momento com a chegada dos Jogos em casa e a inauguração do Centro de Treinamento Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo. Para ele, são sinais de que o Brasil pode chegar ao topo e se tornar a principal potência mundial.
 
“Comecei em uma época em que o esporte paralímpico não tinha divulgação, visibilidade e investimento. Hoje temos tudo isso. Somos potências mundiais indo para os Jogos em casa, buscando a quinta colocação no quadro de medalhas. Depois, em 2020 e nas edições seguintes, temos certeza de que, com o Centro de Treinamento, o Brasil pode ser o primeiro do mundo”, afirma o “Tubarão”.
 

 

Investimentos em várias frentes
A preparação dos atletas paralímpicos conta com investimentos substanciais do Governo Federal. Desde 2010, foram celebrados 17 convênios com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que somam R$ 67,3 milhões. Os convênios contemplam a preparação das seleções em 16 modalidades (atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, natação, remo, rúgbi em cadeira de rodas, tiro esportivo, vela, e voleibol sentado) para o ciclo de 2016. Essa preparação inclui treinamentos no Brasil e no exterior e participação em competições internacionais.
 
O Ministério do Esporte também celebrou, entre 2013 e 2015, dois convênios com a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, que somam R$ 7,1 milhões. A parceria permitiu estruturar dois centros de treinamento para a seleção paralímpica, em Brasília (cadeirantes) e Piracicaba (andantes), e viabilizar a participação da seleção paralímpica nas principais competições do calendário internacional na Europa, Ásia e América.
 
Além disso, desde a criação do Bolsa Atleta, em 2005, 11.700 bolsas foram concedidas a atletas paralímpicos, num investimento de R$ 164,8 milhões. Somente no último exercício (2015), 1.323 atletas foram patrocinados, num investimento total de R$ 19,2 milhões.
 
Criado para apoiar atletas com chances de disputar finais e medalhas nos Jogos Rio 2016, o Bolsa Pódio atua como complemento nesse cardápio, com bolsas de R$ 5 mil a R$ 15 mil mensais. Atualmente, 104 atletas paralímpicos de modalidades individuais são patrocinados, num investimento anual de R$ 15,4 milhões. Adicionalmente, por meio do Plano Brasil Medalhas, 60 atletas das modalidades coletivas de vôlei sentado, futebol de 5, futebol de 7 e goalball são apoiados.
 
Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME
 
Centro de Treinamento
Com obras iniciadas em dezembro de 2013, o Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo iniciou as atividades na última semana e é um dos pontos de referência da Rede Nacional de Treinamento que vem sendo montada em todo país pelo Ministério do Esporte.
 
Construída seguindo parâmetros de acessibilidade, com rampas de acesso e elevadores, a estrutura conta com 86 alojamentos, capazes de receber entre 280 e 300 pessoas, e áreas para treinamento de 15 modalidades paralímpicas: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, natação, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, triatlo e vôlei sentado.
 
A unidade está dividida em 11 setores que englobam áreas esportivas de treinamento, hotel, centro de convenções, laboratórios, condicionamento físico e fisioterapia. O empreendimento recebeu investimento de R$ 305 milhões, sendo R$ 187 milhões em recursos federais. Do total do aporte do Ministério do Esporte, R$ 167 milhões foram investidos na construção e outros R$ 20 milhões em equipagem.
 
Lei de inclusão
Uma frente de investimento permanente para o esporte paralímpico se consolidou em 6 de julho de 2015, quando foi sancionada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. A legislação ampliou de 2% para 2,7% o valor das loterias repassado ao Comitê Olímpico do Brasil e ao Comitê Paralímpico Brasileiro, e mudou de 15% para 37,04% a fatia destinada ao Comitê Paralímpico.
 
Entre 2007 e 2014, o total de repasses ao CPB chegou a R$ 210 milhões. Com a nova lei, o esporte paralímpico atinge um novo patamar de recursos, com aumento estimado de R$ 90 milhões anuais. "Com a aprovação da lei, a gente está saindo de uma arrecadação anual de R$ 39 milhões da Lei Agnelo/Piva para cerca de R$ 130 milhões. Isso muda a realidade e nos dá uma tranquilidade muito grande", afirma o presidente do CPB, Andrew Parsons.
 
Luiz Roberto Magalhães e Vagner Vargas – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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