Ministério do Esporte Seleção feminina de basquete chega à segunda vitória na competição
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Seleção feminina de basquete chega à segunda vitória na competição

Quando o basquete começou a ser praticado em cadeiras de rodas, a modalidade funcionava como uma forma de tratamento lúdico a ex-soldados que haviam voltado feridos da Segunda Guerra Mundial. Hoje, o esporte é disputado por pessoas com diferentes tipos de deficiência físico-motora, como lesões medulares ou amputações. A brasileira Vileide Brito de Almeida, contudo, tem uma história um pouco diferente das demais.

Morando com a avó no interior do Pará, Vileide foi picada por uma cobra venenosa aos 12 anos. “Ela picou em cima do meu tendão, que precisou ter uma parte retirada. Isso acabou atrofiando o meu pé esquerdo”, conta. Os primeiros dois anos após o incidente foram os mais difíceis para a menina, que não se aceitava com a deficiência.



Quando um amigo a convidou para o basquete, ela ficou desconfiada. Não gostava de esportes, mas resolveu encarar o desafio. “O basquete surgiu na minha vida para se tornar tudo. Eu não me aceitava na sociedade. Então, o esporte me introduziu de volta. Aprendi a me aceitar e a me amar como pessoa. Hoje em dia, sem dúvida, ele é tudo para mim”, define a atleta, sem esconder a emoção. “Hoje é fácil sorrir com a história e agradeço a Deus por ter acontecido, mesmo lá atrás sendo uma tragédia. Graças a Deus hoje tenho alto astral e sou muito feliz de ser o que sou”, acrescenta a paraense, que é contemplada com a Bolsa-Atleta, do governo federal.

Para Vileide, o mais importante em sua trajetória foi aprender a lidar com a deficiência. Aos 23 anos, ela enxerga com outros olhos as dificuldades pelas quais passou. “Às vezes, quando a gente chega em algum lugar, nós achamos que as pessoas estão com preconceito com a gente. Hoje eu vejo que eu que tinha preconceito comigo mesma. Não tenho mais receio de ir a lugar nenhum”, alegra-se, acrescentando que a sociedade também tem passado por importantes transformações. “Antigamente, a gente não via muitos deficientes saindo às ruas. Hoje as pessoas se preocupam mais em adaptar as cidades porque os deficientes saem mais de casa, estão se introduzindo cada vez mais na sociedade, e acho que a tendência é isso melhorar cada dia mais”, acredita.

Dois jogos e duas vitórias
Com a Seleção Brasileira, a ala já conquistou a medalha de bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, em 2011, e está em Toronto em busca de mais um pódio. No sábado (08.08), a equipe feminina estreou contra o México e venceu por 58 x 31. Neste domingo (09,08), foi a vez de encarar a Guatemala e chegar a mais uma vitória tranquila, com o largo placar final de 66 x 27. Apesar de não ter entrado em quadra contra as guatemaltecas, Vileide apoiou as colegas e festejou a nova conquista no Ryerson Athletic Centre.

(Foto: Danilo Borges/ME)(Foto: Danilo Borges/ME)

Superior em todo o jogo, o Brasil dominou a disputa contra a Guatemala desde o início. Aos quatro minutos, quando o técnico adversário, Evelio Hernández, pediu o primeiro tempo, a equipe brasileira já marcava 12 x 0 no placar. Ao longo de toda a partida, essa vantagem só aumentou. Com grandes atuações de Lia Martins e Perla Assunção, o primeiro quarto foi fechado em 26 x 4.

Na segunda parcial, as rivais até tentaram pressionar, mas as comandadas do técnico Tiago Costa Baptista souberam se defender e fecharam o quarto em 38 x 7. Já no terceiro período, o Brasil não conseguiu se impor da mesma forma. Foram 12 pontos para a Seleção, enquanto a Guatemala conseguiu marcar 10. Ainda assim, as brasileiras mantiveram a superioridade, marcaram mais 16 pontos na última parcial e fecharam a partida em 66 x 27. A cestinha do Brasil foi Lucicleia Costa, com 18 pontos. Do lado da Guatemala, Alva Puac marcou quase todos os pontos de seu time: 25.

Lia Martins, que marcou 13 pontos, comemorou a vitória e disse já se preparar para o duelo com as fortes rivais canadenses, agendado para a próxima terça-feira (11.08), às 17h15 (horário de Brasília). “A gente joga de igual por igual com qualquer equipe, independentemente de o nível técnico ser menor que o nosso. Hoje jogamos já pensando no Canadá, quando também teremos a mesma seriedade”, adiantou a ala pivô.

Rivalidade no masculino
Os homens não encontraram, logo de início, a mesma tranquilidade neste domingo, contra a Colômbia. A equipe do técnico Antônio Carlos Ferraz começou atrás no placar e os adversários fecharam o primeiro quarto com dois pontos à frente (10 x 12). Faltando apenas três minutos para o fim da segunda parcial, o Brasil conseguiu empatar em 20 x 20. Foi quando teve início a evolução e os brasileiros inverteram o placar, fechando o segundo quarto em 30 x 21.

Depois do intervalo, o Brasil voltou disposto a compensar o início do jogo, mas encontrou fortes investidas dos colombianos. Entre trombadas das cadeiras de rodas e grande marcação das duas equipes, a Seleção Brasileira fechou o penúltimo quarto em 44 x 36. Os colombianos ainda deram trabalho na parcial decisiva, quando foram beneficiados com lances livres por faltas dos brasileiros. Ainda assim, o Brasil conseguiu resistir às duras investidas e fechar o jogo com a vitória por 65 x 52.

O maior pontuador da partida foi Erick da Silva, com 24 pontos. “Quando o grupo está forte e unido, sempre dá em resultado positivo”, comentou o ala pivô. “Queremos crescer a cada jogo para chegar à final e disputar o título”, acrescentou. Já o pivô Wandemberg Nascimento marcou 14 pontos. “A cada dia a equipe vem se superando e buscando a perfeição. Saímos mais uma vez com a vitória, mas precisamos respeitar a Colômbia, que fez uma bela partida”, avaliou.

Para o técnico Antônio Ferraz, a Seleção masculina está em uma evolução gradativa com foco em uma medalha nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. “Um dos passos mais importantes é o Parapan. Chegamos com o objetivo de vencer sempre para explorar ao máximo o potencial da equipe e também observar os erros para que a gente possa corrigir”, explicou.

Com o resultado contra a Colômbia, o Brasil também chegou à segunda vitória no masculino, depois de ter vencido a equipe de Porto Rico no sábado. Nesta segunda-feira (10.08), a Seleção Brasileira encara os Estados Unidos, às 21h45 (horário de Brasília).

Entenda a modalidade
Com cadeiras adaptadas para as partidas, os jogadores devem quicar, arremessar ou passar a bola a cada dois toques dados na cadeira. Não há diferenças no tamanho da quadra ou na altura da cesta em relação ao basquete convencional. A partida tem quatro quartos, cada um com 10 minutos de duração. Entram em quadra cinco jogadores de cada lado, sendo que a classificação funcional leva em conta o grau da deficiência física-motora, em uma escala que vai de 1 a 4,5. Quanto maior a deficiência, menor a classe, e a soma desses números não pode ultrapassar 14.

O basquete em cadeira de rodas foi introduzido no Brasil por Robson Sampaio e Sérgio Del Grande, em 1958, quando os dois retornaram de um programa de reabilitação nos Estados Unidos. Das duas equipes convocadas para os Jogos Parapan-Americanos de Toronto, que totalizam 24 jogadores, 22 são beneficiados pela Bolsa Atleta.

Ana Cláudia Felizola - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte
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