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Do tiro com arco para o arco e flecha: atleta olímpico experimenta prática indígena nos JMPI
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- Publicado em Sábado, 24 Outubro 2015 23:36
Para muitas pessoas o arco e flecha e o tiro com arco são a mesma coisa. No entanto, na cultura indígena a ferramenta é um dos símbolos dos povos brasileiros e no esporte é uma das modalidades que faz parte dos Jogos Olímpicos. O atleta Marcus Vinicius D'Almeida, 17 anos, principal nome do tiro com arco nacional, esteve neste sábado (24.10) na sede dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Palmas, e teve contato direto com a cultura milenar. Ele ainda explicou as diferenças e experimentou a prática que antecedeu o seu esporte.
As semelhanças entre as duas atividades ficam somente no conceito de atirar. Na tradição indígena, o arco e flecha era, fundamentalmente, uma ferramenta de caça. Timbira Pataxó, que apresentou o arco indígena ao atleta, explicou a cultura. “Hoje, o nosso arco e flecha é mais para competir dentro da aldeia. Antigamente, o povo Pataxó era muito caçador, mas hoje temos a visão de preservar a natureza”, disse.
O arco e flecha conta com diferentes formatos e tamanhos, dependendo do povo. É feito basicamente de madeira trabalhada, com cordel e flecha de bambu ou madeira mais resistente, com a ponta de osso. Já o equipamento olímpico é aerodinâmico, preciso, com ponta de aço e flecha de carbono.
“Eu acho muito importante a realização desse evento. Ele vai servir também para mostrar as diferenças entre o arco e flecha e o tiro com arco. O meu esporte é profissional e o arco e flecha é da cultura indígena. Temos muito o que aprender com os povos. Os indígenas praticam há muito tempo a arte da flecha e espero trocar experiências aqui em Palmas. É interessante ver a diversidade de arcos que existe”, conta Marcus Vinicius.
Contemplado com a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte, o jovem atleta é o principal nome do tiro com arco brasileiro e buscará um pódio inédito nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. No início do ano, ele teve contato direto com a tradição do arco e flecha, quando morou com os arqueiros indígenas Dream Braga e Gustavo Santos por três meses. Na oportunidade, eles faziam parte da equipe nacional do tiro com arco.
“Eles viraram arqueiros profissionais. O esporte profissional contribuiu muito para a técnica do Dream e do Gustavo. Se eles voltarem para a mata novamente, eles vão ver que a pontaria ficou melhor”, contou Vinícius.
» Confira o álbum completo de fotos (com opção de download em alta resolução)
» Acompanhe a cobertura completa pelo site: www.jmpi2015.gov.br
Breno Barros, de Palmas
Ascom - Ministério do Esporte
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