Brasil venceu rivais e a altitude nos Jogos Escolares Sul-Americanos de Arequipa

Publicado em Segunda, 10 Dezembro 2018 15:59

Os jovens atletas brasileiros que competiram nos Jogos Escolares Sul-Americanos de Arequipa 2018 enfrentaram um fator externo durante as competições esportivas: a altitude de 2.300 metros da cidade peruana.

Apesar do sucesso do Brasil, que terminou a competição no topo do quadro de medalhas, com 85 medalhas - 40 de ouro, 27 de prata e 18 de bronze -, grande parte da delegação verde e amarela sentiu o efeito ocasionado pelo ar rarefeito e vários competidores tiveram que receber oxigênio após as provas. Com isso, e somado aos clima seco e frio de Arequipa, o departamento médico do Brasil teve bastante trabalho nos Jogos Escolares Sul-Americanos, encerrados na última sexta-feira (7.12).

Por conta dos efeitos da altitude de Arequipa, o atendimento médico aos atletas se tornou algo comum durante os Jogos Escolares Sul-Americanos de 2018. Fotos: Rafael Brais/MEPor conta dos efeitos da altitude de Arequipa, o atendimento médico aos atletas se tornou algo comum durante os Jogos Escolares Sul-Americanos de 2018. Fotos: Rafael Brais/ME

O chefe do Departamento Médico da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE) nos Jogos Escolares Sul-Americanos, Jinmy Rocha, explica que muitos atletas brasileiros reclamaram dos efeitos da altitude de Arequipa. “Isso influencia muito o desempenho dos atletas em virtude da rarefação do oxigênio, o que pode causar dor de cabeça, falta de ar e agonia pela sensação de aperto no tórax”, detalhou.

Com as condições climáticas adversas, muitos tiveram que receber oxigênio após as competições para restabelecer o déficit respiratório. Segundo Rocha, várias ações podem ajudar a amenizar esses efeitos. “Para aliviar esses sintomas é preciso fazer um boa hidratação e ter um dieta com pouco gordura. Graças a Deus chegamos bem no final da competição, apesar de muito trabalho”.

Para Bruno Rosendo, jogador do futsal, a altitude de Arequipa dificultou bastante o caminho do Brasil pela medalha de ouro. “O que mais pesou foi a respiração, o físico, porque a gente não está acostumado com a atitude. Isso afetou muito, mas não deixamos nossa força de vontade diminuir e conseguimos conquistar o título”, analisou.

O companheiro de time de Bruno, o goleiro Emanuel Elydio Fonseca, descreveu a sensação ruim de fazer atividade física a 2.300 metros acima do nível do mar. “É muito complicado. O ar não vem e fico com a impressão de que tem alguma coisa tampando a garganta”, narrou.

Uma das modalidades mais desgastantes nos Jogos foi o atletismo, disputado em duas localidades de Arequipa: o Estádio Umacollo e o Colégio Militar. Nos 2.000 metros feminino, algumas atletas não suportaram o tempo seco e quente e desmaiaram. Por causa do clima, as equipes médicas das delegações foram autorizadas a participarem da equipe responsável pelo atendimentos aos atletas após as provas. A brasileira Gabriela Tardivo terminou a prova com a medalha de bronze.

Rafael Brais, de Arequipa - Peru
Ministério do Esporte