Ministério do Esporte Em audiência pública, Comissão do Esporte da Câmara debate violência sexual no esporte
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Em audiência pública, Comissão do Esporte da Câmara debate violência sexual no esporte

O combate à violência sexual no esporte brasileiro foi debatido, nesta terça-feira (15.05), durante audiência pública na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília. A reunião contou com a presença da nadadora Joanna Maranhão, de representantes de diferentes entidades esportivas, além da diretora da Secretaria Nacional de Futebol e Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, Lara Denger Videira.

Comissão do Esporte da Câmara debate violência sexual no esporte. (Foto: Breno Barros/ME)Comissão do Esporte da Câmara debate violência sexual no esporte. (Foto: Breno Barros/ME)

Lara Denger informou que a ideia do Ministério do Esporte é de criar um canal único de denúncia para facilitar e encorajar os atletas brasileiros denunciarem os abusos sofridos. “O governo deixa as portas abertas para fomentar o debate. O ministério criou a campanha Esporte Sem Assédio, em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SPM), que foi difundida por alguns clubes de futebol durante os campeonatos estaduais”, explicou, ao apresentar o vídeo da campanha com depoimentos de atletas e fotos das ações nos gramados de futebol.

Na pauta da audiência pública, os participantes comentaram o Projeto de Lei 9622/18 que condiciona o recebimento de patrocínio de bancos públicos pelos clubes de futebol e entidades esportivas à adoção de medidas de proteção de crianças e adolescentes contra a violência sexual. A proposta é de autoria da deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

Joanna Maranhão, 31 anos, sofreu abusos aos 9 anos de idade. O sofrimento gerado pelos abusos se transformou em problemas de saúde. A nadadora passou a fazer uso de medicamentos controlados desde os 15 anos. Os abusos sexuais sofridos por Joanna Maranhão foram revelados quando a atleta de alto rendimento completou 21 anos. “No momento em que a criança é abusada ela se torna uma criança doente”, confidenciou.

“Passei praticamente a minha vida inteira dentro do ambiente esportivo. Tive as melhores experiências representando o Brasil em quatro edições dos Jogos Olímpicos e tive também as piores experiências na minha vida no esporte. Quando trouxe a minha história à tona eu não fazia ideia do desdobramento que iria acontecer”, contou Joanna.

Atualmente, Joanna realiza um trabalho com a ONG Projeto Infância Livre, no qual conta a própria história. Ela fala, por exemplo, da diferença entre um toque abusivo de um toque carinhoso de adultos em crianças. “Me tornei um canal aberto para que muitos atletas e, na grande maioria mulheres, contem as suas histórias para mim. Percebi que falta uma confiança no próprio sistema. Muitas pessoas se sentem à vontade em falar comigo, mas eu não sou a justiça, sou somente uma atleta que tentar ajudar”, explicou.

O presidente do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Alberto Murray Neto, lembrou que o ministro do Esporte, Leandro Cruz, assinou nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, o Termo de Compromisso de Ações de Educação e Prevenção ao Abuso e Assédio Sexual e Moral no Esporte. O documento foi assinado em conjunto com o presidente do COB, Paulo Wanderley.

Além da presença de parlamentares, a audiência pública na Câmara dos Deputados contou com a presença de Walter Feldman, secretário Geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e de Leonardo Andreotti Paulo de Oliveira, gerente Jurídico do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC).

Segundo o representante da CBC, o patrocínio esportivo é acima de tudo uma estratégia de comunicação. “O trabalho de conscientização contra os abusos sexuais deve ser feito por todas as entidades esportivas, independente de patrocínio público ou não. O patrocínio esportivo não é e não deve ser tratado como uma doação”, explicou.

“Todas as crianças que sofrem abuso falam, mas não falam muitas vezes de forma que podem ser entendidas. Elas falam pelo corpo, pelas lágrimas ou pelo silêncio. Elas falam e é preciso que a sociedade aprenda acolher o que ela fala para que possamos romper a impunidade que existe”, disse a deputa Erika Kokay.

Breno Barros - Ministério do Esporte
 

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