Ministério do Esporte sedia debate sobre racismo no futebol

Publicado em Quarta, 22 Novembro 2017 18:53

Os ministérios do Esporte e dos Direitos Humanos promoveram nesta quarta-feira (22.11), em Brasília, um encontro sobre o racismo no futebol. Os debates, realizados no auditório do Ministério do Esporte, reuniram importantes nomes de combate à discriminação, que trataram dos desafios e das possibilidades do tema dentro do cenário esportivo. O evento também marcou o lançamento do Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol.

Foto: Abelardo Mendes Jr/MEFoto: Abelardo Mendes Jr/ME

Para o secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Gustavo Perrella, o racismo é inadmissível em todas as suas formas, seja no futebol ou na sociedade como um todo. “O racismo é um problema mundial. Temos acompanhado nos campeonatos europeus, por exemplo, jogadores brasileiros sofrendo com esse ato criminoso”, lembrou.

Gustavo Perrella e Juvenal Araújo. Foto: Abelardo Mendes Jr/MEGustavo Perrella e Juvenal Araújo. Foto: Abelardo Mendes Jr/ME

Perrella defendeu a punição dos clubes por atos de suas torcidas já que, para ele, a educação dos torcedores tem, também, que partir dos clubes. “A Secretaria está disposta a trilhar todos os caminhos necessários para a extinção do racismo do futebol brasileiro”, garantiu.

O secretário Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo, citou a importância do evento e destacou que a agenda de promoção da igualdade racial deve ser um compromisso de todos. “Precisamos pensar juntos o enfrentamento ao racismo no futebol, que é crime. Não podemos permitir a impunidade”, disse.

Araújo elogiou o papel dos canais de denúncia para que a falta de punições não estimule mais casos de injúrias. “Tivemos vários avanços, entre elas o Estatuto da Igualdade Racial e a criação de delegacias especializadas de combate ao racismo e intolerância religiosa. Mas precisamos garantir que cada vítima de racismo tenha condição de fazer a denúncia’, comentou, citando o disque 100, da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.

José Perdiz, representante do Superior Tribunal Justiça Desportiva do Futebol, comentou que punições têm sido aplicadas em vários casos de racismo no futebol, em diversos campeonatos pelo país. Para ele, porém, é muito importante a parceira de todos os presentes ao evento para que a legislação evolua e tenha efeito ainda mais firme e pontual. Para ele, o comportamento dos que vão ao estádio, por exemplo, precisa ser pautado pelos bons princípios. “O torcedor tem que entender que sua paixão pelo clube não pode extrapolar a ética, a educação e o respeito pela lei”, disse.

Também estiveram presentes ao debate o árbitro Márcio Chagas, vítima de ofensas raciais dentro de campo; os jogadores Fernando Armando dos Santos, Leonardo dos Santos e Fábio Guimarães da Silva, da Sociedade Esportiva do Gama; Silvia Cerqueira, do Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial; Marcelo Carvalho, do Observatório da Discriminação Racial no Futebol; Mauricio Correia da Veiga, da OAB/DF; e Bispo Ossésio Silva, deputado estadual em Pernambuco.

Rafael Brais - Ministério do Esporte