Ministério do Esporte Um ano dos Jogos: o Rio de Janeiro continua olímpico
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Um ano dos Jogos: o Rio de Janeiro continua olímpico

Qual a "fita métrica" mais apropriada para determinar o resultado da realização dos Jogos Olímpicos no Brasil? O desafio de gerenciamento das estruturas do Parque Olímpico da Barra e de Deodoro, ou as mudanças no sistema de mobilidade urbana da cidade, que passou a contar com VLT, BRT e a Linha 4 do Metrô? A audiência projetada de 3,5 bilhões de pessoas em todo o planeta, ou o novo patamar de qualidade e capacidade dos aeroportos? O recorde de medalhas da delegação nacional, com 19 pódios, ou a zona portuária revitalizada, com dois museus, um boulevard e um sítio arqueológico que ajuda a recontar a história do período da escravidão? A oportunidade de redenção de atletas como Rafaela Silva e Diego Hypolito, ou os 1,2 milhão de turistas que saíram dos Jogos, em sua maioria, com juras de amor eterno? A nacionalização do evento, expressa simbolicamente no Revezamento da Tocha, ou as dezenas de instalações de qualidade construídas ou reformadas em função do fato de o país sediar as Olimpíadas e as Paralimpíadas?

Dispostas assim, as perguntas transmitem uma falsa impressão de opção ou alternativa. A amplitude do impacto dos megaeventos esportivos permite levar todas elas em conta. E, com o mapa mais amplo em mente, é possível dizer que o Rio de Janeiro, em especial, experimentou uma pequena revolução em função dos Jogos Olímpicos. Mudanças que permanecem impactando o dia a dia da capital fluminense, em que pese o cenário econômico adverso.

VLT já transportou mais de 10 milhões de passageiros. Foto: André Motta/rededoesporte.gov.brVLT já transportou mais de 10 milhões de passageiros. Foto: André Motta/rededoesporte.gov.br

 

Objetivamente, 5 de agosto de 2016 seria apenas mais uma data no calendário carioca não fosse um anúncio em 2 de outubro de 2009. Ao dizer "Rio de Janeiro", com seu sotaque gringo, o então presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o belga Jacques Rogge, traçou um futuro desafiador. Era preciso ser mais do que um belo destino turístico.

Para preencher o vazio da ausência de Jogos Olímpicos na América do Sul, o Rio e o Brasil teriam que se reinventar. O título de "cidade olímpica" trazia algo a que os atletas estão acostumados: esforço, foco e superação. Quatro grandes regiões de competição foram definidas (Barra da Tijuca, Maracanã, Copacabana e Deodoro), mas o desafio foi lançado à toda a cidade e ao país.

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Os aeroportos teriam de ser preparados para o fluxo intenso de passageiros e ainda para garantir acessibilidade ao público dos Jogos Paralímpicos. O sistema de transporte precisava conectar de forma rápida a Zona Sul à Zona Oeste (antiga demanda da cidade, agilizada pelo fato de o Parque Olímpico ter sido edificado na Barra da Tijuca). A área de segurança tinha como missão dar tranquilidade a atletas, espectadores e dirigentes. Arenas e equipamentos esportivos precisavam ser construídos ou renovados. Ao setor de saúde cabia dar o respaldo necessário para atendimentos de urgência e prevenção de problemas. Isso sem falar de setores como telecomunicações, geração de energia, relações internacionais, turismo, imagem do país no exterior, entre outros.

Em resumo, um evento privado com implicações e responsabilidades nos três níveis de governo e em centenas de fornecedores. Os anos que se seguiram não se resumem em algumas linhas, mas uma sequência de fatos ajuda a tecer a narrativa.

Aeroporto do Galeão ganhou em conforto e acessibilidade. Foto: Thiago Saramago/RioGaleãoAeroporto do Galeão ganhou em conforto e acessibilidade. Foto: Thiago Saramago/RioGaleão


Estrutura aeroviária

Um ano depois dois Jogos, quem chega ao Rio de Janeiro desembarca em um aeroporto internacional reformado para receber os visitantes com conforto e eficiência. O Galeão soma 58 pontes de embarque, o maior número entre os aeroportos da América do Sul. Pátio e balcões de check-in cresceram, uma nova alameda de serviços diversificou a oferta de opções de alimentação, facilidades e entretenimento. A capacidade do aeroporto passou de 17 milhões para 30 milhões de passageiros ao ano.

O Santos Dumont também foi ampliado e modernizado, mas talvez o que mais chame atenção não é o aeroporto em si, mas a forma de se deslocar a partir dele. Bem em frente ao terminal está a estação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Trata-se de uma volta ao tempo dos bondinhos, mas com toda a tecnologia e acessibilidade exigidos. A rede do VLT soma 28 quilômetros e 31 paradas. Passou a ser uma opção não só de deslocamento, mas de turismo para atrativos do Centro e Região Portuária.

Segundo informações da operadora do modal, o sistema do VLT ultrapassou em julho de 2017 a marca de 10 milhões de passageiros transportados. De 25 mil usuários em julho de 2016, a média passou para 40 mil pessoas por dia útil no último mês, com picos de 48 mil nos dias de maior movimento. Julho de 2017 trouxe, ainda, outro marco para a operação do VLT. Fora o período olímpico, foi a primeira vez que mais de 1 milhão de pessoas utilizaram o sistema no mesmo mês.


Revitalização

Conhecer o Centro e Região Portuária com o VLT é um convite não apenas aos que nunca estiveram na cidade. Um elevado de 5 mil metros veio abaixo (Perimetral) e deu lugar a uma zona de 5 milhões de metros quadrados revitalizada. Com isso, a população voltou a ocupar a região para atividades de lazer e cultura.

Uma nova orla, de mais de 3km, dois museus – de Arte do Rio e do Amanhã – e praças de cara nova são exemplos do chamado Porto Maravilha. Duas vias (Binário do Porto e Expressa) e quatro novos túneis ajudaram a organizar o trânsito na região, que foi o epicentro popular dos Jogos. O Boulevard Olímpico, com três palcos para shows, telões, a pira olímpica e atrações variadas atraiu quase de 4 milhões de turistas e moradores nos 17 dias de competição, de acordo com informações da Riotur.

Linha 4 do Metrô promoveu a conexão entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca. Foto: Roberto Castro/MELinha 4 do Metrô promoveu a conexão entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca. Foto: Roberto Castro/ME

Mobilidade

As intervenções na mobilidade chegaram ainda a outras partes da cidade. O sistema de BRT inclui a Transoeste (ligando Santa Cruz e Campo Grande ao Terminal Alvorada, na Barra, e ao Parque Olímpico), a Transcarioca (inaugurada em 2014 para a Copa do Mundo, do Galeão até a Barra) e a Transolímpica, que passou a ligar as duas principais regiões de competição dos Jogos Olímpicos: Barra e Deodoro.

Seis estações de trem (São Cristóvão, Engenho de Dentro, Deodoro, Vila Militar, Magalhães Bastos e Ricardo de Albuquerque) foram revitalizadas e se tornaram mais acessíveis. O sistema metroviário dobrou de extensão com a Linha 4. Em seis anos de obras, mais 16km foram acrescidos por meio da linha que liga Ipanema, na Zona Sul, à Barra da Tijuca. A linha 4 foi aberta ao público olímpico durante os Jogos e passou a fazer parte do cotidiano da população em setembro de 2016.

Para quem realiza o trajeto Zona Sul-Barra por carro, minutos preciosos foram economizados com a duplicação do Elevado do Joá. Importantes vias próximas ao Parque Olímpico foram requalificadas: a Av. Embaixador Abelardo Bueno, no trecho entre a Estrada Coronel Pedro Correia e a rótula da Av. Salvador Allende, e toda a extensão da Av. Salvador Allende.

Meio ambiente

Um dos temas mais abordados ao longo dos últimos anos, quando o assunto era a cidade olímpica, foi a limpeza da Baía de Guanabara. Avançou-se de 17% para 50%, mas o objetivo era chegar a 80% de saneamento da Baía. Um desafio que permanece e entrou na ordem de prioridades das gestões públicas.

O foco maior tem sido na remoção do lixo flutuante, com o trabalho de ecobarcos e ecobarreiras. Essas ações foram suficientes para garantir a qualidade durante as competições do Rio 2016. E o Brasil, como de costume, teve protagonismo, com o ouro de Martine Grael e Kahena Kunze na classe 49er FX.

Parque Olímpico da Barra

Há um ano, as competições olímpicas movimentaram a capital fluminense em vários pontos, mas o coração da Rio 2016 era o Parque Olímpico da Barra. A estrutura concentrou 16 modalidades durante as Olimpíadas. Os atletas se apresentaram em novas arenas – provisórias e permanentes – e os principais estúdios de transmissão se posicionaram em uma área de 1,18 milhão de metros quadrados.

Um ano depois, a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), autarquia nascida no fim de março deste ano e ligada ao Ministério do Esporte, é responsável por administrar quatro instalações no Parque Olímpico – Arenas Carioca 1 e 2, Centro Olímpico de Tênis e Velódromo.

Desde o primeiro semestre, uma agenda de eventos em diversas modalidades foi implantada nessas quatro estruturas e, até o fim do ano, dezenas de outras atividades esportivas, culturais e sociais estão previstas. As piscinas do Estádio Aquático serão instaladas no Centro de Treinamento do Exército (CCFEX), na Urca, e na Vila Olímpica de Palmas, segundo informações do Exército e da Prefeitura do Rio de Janeiro. As estruturas temporárias da Arena do Futuro e do Estádio Aquático ainda dependem de ação da prefeitura para a desmontagem.

Deodoro

Sede de 11 modalidades durante as Olimpíadas, o Complexo Esportivo de Deodoro, erguido em uma região do Exército Brasileiro, foi amplamente reformado para os Jogos e parte dessa megaestrutura está sob a responsabilidade da AGLO.

Na semana passada, por exemplo, três instalações olímpicas de Deodoro foram utilizadas para eventos de modalidades que estiveram em disputa no Rio 2016. O Centro Militar de Tiro Esportivo recebeu um treinamento controlado com 56 atletas, entre eles Felipe Wu, medalhista de prata na disputa da pistola de ar 10m nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Já o Parque Equestre General Eloy Mendes sediou o Campeonato do Exército de Salto, com participação de 122 conjuntos. Por fim, a Arena da Juventude (Arena Coronel Wencesleau Malta) abriu as portas para cerca de 900 judocas, de 70 agremiações, que competiram no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro de judô sob os olhares atentos de uma arquibancada cheia de torcedores.

O Parque Radical, que contempla o Centro de Canoagem Slalom, a região onde foi construído o circuito de mountain bike e a pista de BMX, está sob responsabilidade da Prefeitura do Rio de Janeiro, que prevê a reabertura do espaço para uso público em setembro.

Estrutura da Unifa, no Campo dos Afonsos. Fotos: Miriam Jeske/brasil2016Estrutura da Unifa, no Campo dos Afonsos. Fotos: Miriam Jeske/brasil2016


Investimentos de R$ 146 milhões do Governo Federal deixaram as instalações militares do Rio de Janeiro em um novo patamar de excelência para a prática esportiva da iniciação ao alto rendimento. O Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx), o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), a Universidade da Força Aérea (Unifa), no Campo dos Afonsos, e o Clube da Aeronáutica (Caer), na Barra da Tijuca, receberam investimentos e equipamentos.

No Cefan, destaque para os laboratórios de pesquisa e serviço de reabilitação, salas de condicionamento físico e musculação e o ginásio poliesportivo, reformado. A estrutura é capaz de atender modalidades como boxe, judô, luta olímpica, vôlei (quadra e praia), futebol, natação, polo aquático, saltos ornamentais, levantamento de peso, atletismo e tiro esportivo.

Na Unifa, o ginásio foi inaugurado em 2016, com quadra, vestiários acessíveis, área para fisioterapia, sala médica, sala de controle de doping e depósito. Os investimentos também permitiram reformas na pista de atletismo e a construção de uma piscina olímpica aquecida.

CCFEX, na Urca: unidade do Exército é referência na qualidade esportiva. Fotos: CCFEXCCFEX, na Urca: unidade do Exército é referência na qualidade esportiva. Fotos: CCFEX


O CCFEx, na Urca, foi uma espécie de segunda casa do Time Brasil durante os Jogos Rio 2016. A unidade do Exército teve a estrutura modernizada para servir de base para treinamentos durante a Copa do Mundo e no período que antecedeu aos Jogos Rio 2016. Para o Mundial da FIFA, foi o CT da seleção da Inglaterra. O campo de futebol foi reformado e recebeu a mesma grama do Maracanã. A pista de atletismo ao redor do gramado teve o piso substituído por um de padrão aprovado pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF).

As modernizações seguiram para os Jogos Olímpicos. A estrutura conta com enorme dojô que pode ser usado para atividades de judô e lutas associadas, além de dois ginásios cobertos, uma moderna academia de musculação com dois pavimentos, duas quadras poliesportivas abertas, duas quadras de tênis, um centro de esgrima com duas salas equipadas com pistas e placares eletrônicos, quatro quadras de vôlei de praia e uma marina.

Equipamentos Esportivos

A lista do enxoval é extensa. Contempla traves de futebol, material de halterofilismo, plataformas de lançamento do atletismo, bancos de reservas, mesas de controle, bolas de futebol, material de bocha, bolas, postes, redes e raquetes de tênis em cadeira de rodas, móveis da área vip, mesas da área de imprensa e dos escritórios do comitê organizador, além de balanças, edredons, travesseiros e dois bebedouros.

Todo esse material usado nos Jogos Rio 2016 já está em uso diário para o treinamento de atletas olímpicos e paralímpicos, em centros nacionais e regionais. Seja em estruturas amplas, como o CT Paralímpico de São Paulo, ou em estruturas locais e regionais, como as montadas em Porto Alegre (RS), Varginha (MG), Teresina (PI), São Bento (SC) e Cuiabá (MT) para receber mesas, pisos, aparadores, bolinhas e placares do tênis de mesa.

Ao longo do período de preparação olímpica, investimentos do Ministério do Esporte ajudaram a equipar quadras de basquete, centros de treinamento de ginástica, dezenas de pistas de atletismo, áreas de luta do taekwondo, do judô e da luta olímpica, além de estruturas de treinamento em vários cantos do país.

Material do halterofilismo e traves do goalball usadas na Rio 2016 no CT Paralímpico de São Paulo. Fotos: MPix/CPBMaterial do halterofilismo e traves do goalball usadas na Rio 2016 no CT Paralímpico de São Paulo. Fotos: MPix/CPB

Tolerância, paz e espírito criativo

Há, ainda, um outro aspecto dos Jogos Olímpicos que se mantém, mas que não pode ser visto. Os Jogos Rio 2016 ressaltaram o poder criativo do brasileiro na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. E o mundo reforçou a crença de que somos um povo capaz de ser caloroso, receptivo, que respeita diferenças raciais, religiosas, políticas e opções sexuais. As Olimpíadas e Paralimpíadas deixaram, assim, uma mensagem de paz e tolerância que merece ser lembrada.

Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos: orgulho mundial. Foto: Roberto Castro/MECerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos: orgulho mundial. Foto: Roberto Castro/ME

Valorização dos atletas

Os 465 atletas da casa, que formaram uma delegação recorde, viveram o ciclo olímpico de maior investimento da história do país, com equipes multidisciplinares, competições mundo afora, Bolsa Pódio, patrocínios de estatais e novos locais de treinamento. Neste novo ciclo olímpico/paralímpico, o apoio federal via Bolsa Pódio se manteve. Os atletas que hoje se preparam para Tóquio 2020 têm, assim, acesso a centros de treinamento mais bem equipados e o respaldo de um legado que segue não só para eles, mas para as próximas gerações.

Fonte: Rededoesporte.gov.br

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