Presidente da AGLO avalia trabalho realizado no primeiro semestre de 2017

Publicado em Quinta, 06 Julho 2017 17:38

A Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO) é uma autarquia recente, que em junho completou apenas o terceiro mês de atividade. Apesar do pouco tempo de atuação, seu presidente, Paulo Márcio Dias Mello, celebra os avanços que obteve no sentido de uma boa utilização do legado dos Jogos Rio 2016.

Durante as Olimpíadas e Paralimpíadas, o Parque Olímpico da Barra foi o coração das competições. Cabe à AGLO administrar o Velódromo, o Centro Olímpico de Tênis e as Arenas Carioca 1 e 2. A autarquia ainda responde por instalações em Deodoro, outra região que recebeu competições durante os Jogos Rio 2016.

Desde que assumiu, Paulo Márcio tem firmado acordos de cooperação com diversas entidades esportivas e, nesta entrevista, avalia as principais ações implementadas nos últimos três meses.

Paulo Márcio durante evento na Arena Carioca 1. Foto: Francisco Medeiros/MEPaulo Márcio durante evento na Arena Carioca 1. Foto: Francisco Medeiros/ME

Que avaliação você faz do trabalho na AGLO nesses pouco mais de três meses?

Eu faço uma avaliação extremamente positiva. A AGLO surgiu no dia 30 de março, através da Medida Provisória 771 (aprovada na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 5 de julho), e, de lá para cá, tivemos uma série de eventos bem-sucedidos e que serviram para a gente aperfeiçoar as necessidades e as adequações de cada arena. Temos dez eventos confirmados entre julho, agosto e setembro. Eventos inclusive internacionais de grande importância, como é o Comic Com, que a gente traz para a Arena 1 e a Arena 2 no período do Rock In Rio. Iremos inaugurar, em agosto, a nossa quadra de tênis com um evento específico de tênis (o Centro Olímpico de Tênis foi adaptado para receber dois torneios de vôlei de praia, realizados em fevereiro e maio). Neste fim de semana, temos três eventos marcados. Uma etapa do Campeonato Estadual de Tênis de Mesa, o lançamento de um projeto de inclusão social do Ministério do Esporte e temos o nosso amigo Anderson Águia, campeão de futevôlei, que vai trazer vários atletas para utilizar a nossa quadra externa de tênis, que ainda está com areia, para fazer partidas de futevôlei com o público. Portanto, estou feliz com a minha equipe e com os avanços. Ainda temos muito a fazer, mas tenho certeza de que em curto espaço de tempo teremos uma agenda como eu havia planejado: com consistência, pensando sempre na segurança do público, mas ao mesmo tempo com uma ocupação consistente em nossas quatro arenas no Parque Olímpico.

Qual foi o maior desafio enfrentado pela AGLO?

O maior desafio são as adequações necessárias para a transformação do modo Jogos para o modo Legado. Temos algumas adequações de obras estruturais que precisam ser feitas e com as chuvas a gente identifica necessidades de intervenção e de garantia da construção. Depende, evidentemente, da Prefeitura. Ela já foi acionada e nos disse que está acionando as empresas para fazer as correções. Isso é no momento o principal desafio. O restante a gente tem superado com trabalho, que seriam as questões da agenda. A população está começando a entender que o Parque Olímpico tem funcionado de forma adequada e a gente começa a chamar a população a participar. Eu entendo que esse tem de ser um legado participativo. Então, nosso maior problema agora é essa questão dos vícios construtivos, que têm de ser reparados.

O Parque Olímpico voltou a ser utilizado para competições e eventos nos últimos meses. Como tem sido a articulação da AGLO com confederações, federações e entidades que têm demonstrado interesse no uso dos equipamentos?

Tem sido excelente. Tão logo assumimos, assinamos três termos de cooperação (com o Comitê Olímpico do Brasil, com o Comitê Paralímpico Brasileiro e com o Comitê Brasileiro de Clubes) e os termos estão sendo colocados em prática. Temos feito reuniões constantemente com as federações e com confederações, muitas delas inclusive já demonstraram interesse de trazer para o Parque Olímpico as sedes de suas entidades esportivas. Esse relacionamento tem sido muito bom. Estamos preparando para o mês de outubro a readaptação do centro de treinamento, que vai ser na Arena 2 e que precisa dessas adequações de obras estruturais. Isso vai ser realizado tão logo termine o Comic Com. Há o interesse das federações e confederações na ocupação do Parque, não só com projetos esportivos, mas de inclusão. Eu entendo que daqui a mais um tempo outras confederações que ainda não se aproximaram, porque estão aguardando a realização com mais freqüência desses eventos, vão sentar com a gente e a ocupação vai ser ainda mais gratificante.

Nós já tivemos uma competição oficial internacional no Centro Olímpico de Tênis, a etapa do Rio de Janeiro do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, em maio. Há outros eventos internacionais sendo costurados?

Temos alguns. Estamos tentando trazer para cá, ainda este ano, um evento paralímpico de futebol de 5 e outro evento paralímpico de ciclismo. E nosso maior objetivo é trazer para cá o Rio Open (torneio de tênis da série ATP 500), não em 2018, mas em 2019. Estamos esperando mudarem alguns requisitos, como a mudança do torneio do saibro para a quadra rápida, que é o piso do Parque Olímpico. Feito isso, a possibilidade de realização em 2019 é bem grande. A Confederação Brasileira de Vôlei já manifestou o desejo de trazer campeonatos internacionais de vôlei para nosso Parque Olímpico, mas para isso eu preciso aumentar a quantidade de cadeiras da Arena 1, que hoje tem 6.500 lugares. Para que você faça um campeonato desses há a necessidade de pelo menos 10 a 11 mil lugares. É possível que isso aconteça em um curto espaço de tempo. Já mantive contato com patrocinadores de empresas dispostos a colaborar com a colocação dessas cadeiras para que esses eventos possam ser realizados na Arena 1.

Que avaliação o senhor faz do calendário que já foi construído no Parque Olímpico e em Deodoro?

Levando em consideração o tempo da criação da AGLO até hoje, digo que estou satisfeito. Mas digo também que tenho absoluta convicção de que esse calendário pode ser ainda mais consistente. Nós estamos trabalhando para isso, mas o resultado do aproveitamento do nosso legado já é muito satisfatório.

Recentemente, vocês deram início às visitas guiadas ao Parque Olímpico. Como tem sido esse trabalho?

Na verdade esse é um projeto em fase inicial. Inauguramos no dia 30 de junho e ainda não tivemos uma participação efetiva da população. Tivemos a visita de alunos de um colégio de Juiz de Fora (MG), que assistiram a um vídeo sobre os Jogos Rio 2016 e sobre o legado e que depois fizeram um passeio para conhecer onde foram realizados os Jogos, quais modalidades esportivas cada arena recebeu naquele momento. A partir daí, vamos estender esse passeio turístico não apenas pelas instalações da União (as arenas Carioca 1 e 2, o Velódromo e o Centro Olímpico de Tênis), mas também para aquelas que ficaram com o município e para as áreas comuns do parque, que estão sob administração da Prefeitura.

Luiz Roberto Magalhães – Ministério do Esporte