Ministério do Esporte administrará o Parque Olímpico da Barra

Publicado em Sexta, 23 Dezembro 2016 08:50

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciaram nesta sexta-feira (23.12) a transferência da gestão do Parque Olímpico da Barra para o Governo Federal. O complexo esportivo recebeu R$ 1,2 bilhão em investimentos federais para os Jogos Rio 2016 e fará parte da Rede Nacional de Treinamento, em estruturação no país.

Também nesta sexta, a prefeitura entregou as obras da Via Olímpica, que foi transformada em uma área de lazer e convivência para a população. No local, foi instalado o Muro dos Campeões – monumento tradicional em todas as edições dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que tem gravado todos os 2.568 medalhistas da Rio 2016.

O Ministério do Esporte administrará, na versão legado, as Arenas Cariocas 1 e 2, o Centro Olímpico de Tênis e o Velódromo. O plano de uso será definido em parceria com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), por meio de acordo de cooperação que prevê a criação de um grupo de trabalho. A pasta também dialogará com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), confederações esportivas e outros atores do setor. O custo de manutenção dependerá do plano de uso, que contemplará ações para atletas da base ao alto rendimento e incluirá também atividades de inclusão social e esporte educacional.

"Essa decisão conjunta que o ministério tomou com a prefeitura é o caminho mais adequado. Esses equipamentos estão entre os melhores que a gente tem no país e entre os melhores que existem no mundo para a prática de diversas modalidades. Nosso planejamento é dedicar este espaço para o treinamento de equipes e seleções, atletas de alto rendimento, categorias de base e, também, com projetos de inclusão social e de iniciação, que nos permitirão recrutar e descobrir novos talentos", afirmou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani.

"Estes equipamentos pertencem ao povo do Rio de Janeiro e ao povo brasileiro como um todo. Pertencem aos atletas da atual geração e das futuras gerações de todo o Brasil. Eles passam a compor o topo de nossa Rede Nacional de Treinamento, que conta com equipamentos em todos os estados e regiões do país. Já a partir de segunda-feira, a equipe do ministério estará aqui com servidores da prefeitura para a transição de gestão. Vamos, nos próximos meses, anunciar um extenso calendário de competições e de eventos esportivos a serem realizados no Parque Olímpico", completou o ministro. Ele lembrou que outra medida de suporte ao esporte de alto rendimento foi oficializada ontem, com o lançamento do edital do Bolsa Pódio para o novo ciclo olímpico.

Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.brFoto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br

Via Olímpica

A Via Olímpica corta todo o Parque Olímpico, desde a Avenida Abelardo Bueno até as margens da Lagoa de Jacarepaguá. O calçadão foi arborizado e ganhou jardins, duas quadras poliesportivas, campo de grama sintética, equipamentos de ginástica para adultos, Academia da Terceira Idade (ATI), pista de skate street e parque infantil. Foram plantadas cerca de 500 novas árvores na área comum do parque, que ganhou também espaço para instalação de food trucks. A reforma foi realizada pela Secretaria Municipal de Conservação com investimento de R$ 2,5 milhões.

O Muro dos Campeões, instalado no local, é formado por dez painéis de aço em curva, cada um com 9 metros de comprimento por 3,4 metros de altura. A instalação apresenta as medalhas de 8,5 centímetros de aço inox conquistadas nas competições dos Jogos do Rio: 834 simbolizam as de ouro, outras 834 as de prata e 900 as de bronze. Em cada medalha, os visitantes poderão conferir nomes dos países e, nos casos de esportes individuais, os nomes dos atletas campeões.

Também estiveram presentes ao evento o secretário executivo do Ministério do Esporte, Fernando Avelino; o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento da pasta, Luiz Lima; o presidente da Autoridade Pública de Governança do Futebol (Apfut), Luiz Mello; e o presidente da Empresa Olímpica Municipal, Joaquim Monteiro.

Plano de legado

De acordo com o plano de legado, a Arena do Futuro, onde foram disputados os jogos de handebol nos Jogos Olímpicos, será desmontada e a estrutura será utilizada para a construção de escolas municipais. O Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos também será desmontado. As duas piscinas serão transportadas para outras áreas. A Arena Carioca 3 será utilizada como escola municipal no Rio de Janeiro.

"Já a área pública, o parque como um todo, será mantido pela empresa privada que construiu o Parque Olímpico e se comprometeu com essa gestão na Parceria Público Privada. A prefeitura e o governo federal não serão responsáveis por isso", explicou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

O Parque Olímpico da Barra e as instalações permanentes do Parque Olímpico de Deodoro integrarão o Centro Olímpico de Treinamento (COT), que ocupará o topo da Rede Nacional de Treinamento, formando um legado para a excelência do esporte brasileiro. Ainda no Rio, a Rede Nacional abarca as unidades militares e a Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que foram adaptadas e utilizadas como locais de treinamento durante os Jogos. Faz parte, ainda, o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), instalado na UFRJ.

Rede Nacional de Treinamento

Criada pela Lei Federal 12.395, de março de 2011, a Rede é um dos principais projetos de legado dos Jogos Rio 2016 para a infraestrutura do esporte brasileiro, interligando instalações esportivas existentes ou em construção espalhadas por todo o país. A estruturação da Rede Nacional está em andamento e abarca instalações de diversos padrões e modalidades, inclusive complexos multiesportivos, oferecendo espaço para detecção de talentos, formação e treinamento de atletas e equipes, com foco em modalidades olímpicas e paralímpicas.

Entre as instalações que farão parte da Rede, o Ministério do Esporte já entregou o Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas (BA); a Arena Caixa de Atletismo, em São Bernardo do Campo (SP); o Centro de Excelência em Saltos Ornamentais, em Brasília (DF); a pista do Velódromo de Indaiatuba (SP); o Centro de Canoagem, em Foz do Iguaçu (PR); o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, que atende 15 modalidades, em São Paulo (SP); o Centro Nacional de Desenvolvimento do Handebol, também em São Bernardo do Campo (SP); o Centro de Treinamento do Ciclismo, em Londrina (PR); e o Centro de Formação Olímpica do Nordeste, para 26 modalidades, em Fortaleza (CE).

Estão em construção: duas pistas de BMX, em Curitiba (PR) e Teresina (PI); o Centro de Hipismo, em Barretos (SP); o Complexo Esportivo de Badminton, em Teresina (PI); o Centro Nacional de Treinamento de Atletismo, em Cascavel (PR); e o Complexo Esportivo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Maceió (AL).

Destaque também para os investimentos na construção de mais de 200 Centros de Iniciação ao Esporte (CIEs), em 218 municípios de todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, que ultrapassam R$ 800 milhões. O programa, lançado em 2013, tem como finalidade identificar talentos, formar atletas e incentivar a prática esportiva em áreas de vulnerabilidade social, com instalações esportivas que seguem requisitos oficiais. Cada CIE oferecerá até 13 modalidades olímpicas, seis paralímpicas e uma não olímpica (futsal). As unidades vão compor a base da Rede, garantindo capilaridade à infraestrutura. Atualmente, 94 operações têm autorização de início de obra, sendo que 56 serão retomadas de imediato. Uma unidade já foi inaugurada na cidade de Franco da Rocha (SP). 

Pistas de atletismo

O Ministério do Esporte também está investindo na construção e reforma de pistas oficiais de atletismo, instaladas em todas as regiões do país. A reforma, a construção, a equipagem e a operação de pistas oficiais de atletismo no país resultam da parceria do ministério com governos estaduais, prefeituras, universidades, Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e clubes.

Os investimentos em infraestrutura esportiva no país também contemplaram a aquisição de aparelhos e materiais para diversas modalidades. A compra dos equipamentos foi resultado de convênios da pasta com entidades esportivas como confederações, federações e clubes. Com os novos e modernos equipamentos, foram criados núcleos de formação de base nos estados, onde os jovens convivem e treinam com os atletas das seleções.

Ciência e Tecnologia

O governo brasileiro apostou, ainda, em investimentos em ciência e tecnologia para oferecer aos atletas que defendem o país melhores condições de treinamento. Exemplo disso é o Centro de Pesquisa em Ambiente Simulado, resultado de uma parceria entre o Ministério do Esporte e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que permitiu a aquisição de uma câmara de simulação de condições climáticas e de uma esteira de alto desempenho. A ideia é oferecer ambientes semelhantes aos que os atletas encontrarão em determinadas competições, como forma de preparação e adaptação, além de realizar teste de desempenho de trajes, medicamentos e materiais esportivos. O centro conta também com os laboratórios de Hipoxia e Ambiente Limpo, que auxilia atletas com doenças respiratórias ou alérgicas, e de Nutrição Experimental, responsável por testar os componentes nutricionais necessários ao atleta em cada tipo de ambiente, calculando o melhor uso, por exemplo, de suplementos e da hidratação.

Fontes: Ministério do Esporte e brasil2016.gov.br