Ministérios do Esporte e da Defesa asseguram continuidade de Programa Atletas de Alto Rendimento

Publicado em Quarta, 05 Outubro 2016 09:27
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Ao longo dos dias de competição dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em agosto, os atletas militares foram responsáveis pela conquista de 13 entre as 19 medalhas brasileiras. Diante do resultado até acima das metas anteriormente traçadas, representantes dos ministérios do Esporte e da Defesa asseguraram nesta terça-feira (04.10), em audiência pública na Câmara dos Deputados, a continuidade do Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR).
 
“A gente tem como objetivo manter todos os programas de sucesso e aperfeiçoá-los”, afirmou o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima, destacando a necessidade de que esporte seja mais difundido pelas regiões do Brasil. Dos 465 atletas que representaram o Brasil no Rio, 294 eram da região Sudeste, 73 da Sul, 51 da Nordeste, 21 da Centro-Oeste e apenas sete da Norte (os demais eram estrangeiros). “As Forças Armadas têm papel fundamental para a gente ter a chance de equilibrar esse número. Quando eu vejo três mil atletas na região Norte no programa Forças no Esporte, isso me enche de orgulho”, acrescentou Lima.
 
“A audiência é uma oportunidade excelente não só para trazermos os atletas, mas também de nós virmos aqui falar dos nossos programas de alto rendimento e o Forças no Esporte, em que atendemos 21 mil crianças em todo o Brasil e que pretendemos ampliar a partir do ano que vem”, ressaltou o Tenente Brigadeiro Ricardo Machado Vieira, secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto (SEPESD) do Ministério da Defesa.
 
O PAAR contempla hoje 27 modalidades olímpicas, mas, para Tóquio 2020, deverá passar por ajustes, já que cinco novos esportes foram incorporados ao programa dos Jogos: surfe, skate, beisebol, escalada e caratê. “Já estamos refinando o planejamento para alcançar o próximo ciclo, com vistas aos Jogos Olímpicos de Tóquio e passando anteriormente pelos Jogos Mundiais Militares da China, em 2019. A gente pretende ampliar as metas”, adiantou o vice-Almirante Paulo Martino Zuccaro, presidente do Conselho Desportivo Militar do Brasil (CDMB) e diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa.
 
Roberto Castro/MERoberto Castro/ME
 
Meta superada
Para o Rio de Janeiro, a expectativa girava em torno da participação de 100 atletas militares e da conquista de 10 medalhas. Os dois números foram superados com a classificação de 145 atletas das Forças Armadas, que subiram 13 vezes ao pódio (cinco ouros, três pratas e quatro bronzes). No judô, por exemplo, os 14 representantes brasileiros são militares, sendo as mulheres da Marinha e os homens, do Exército.
 
Um deles é Rafael Silva, medalhista de bronze em Londres 2012 e no Rio 2016. “O apoio das Forças Armadas foi fundamental na minha carreira. Entrei para o programa em 2010 e o esporte de alto rendimento é caro, então ter o apoio me ajudou bastante no dia a dia, tanto a pagar a conta de luz e o aluguel no fim do mês como nas competições internacionais”, destacou o judoca, terceiro sargento e contemplado com a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte.
 
“Quando os Jogos acabaram, estávamos receosos com o que iria acontecer. Tendo o vislumbre de que o projeto pode continuar, a gente vê que não foi um aporte só porque a Olimpíada era no Brasil, mas que tem um legado para continuar dando frutos para 2020. Temos o privilégio de viver uma geração em que o atleta é bem apoiado e tem estrutura”, completou Baby, presente na audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.
 
Diferencial
Prata no vôlei de praia no Rio de Janeiro ao lado da parceira Ágatha, Bárbara Seixas também destacou o incentivo recebido das Forças Armadas para a conquista do pódio olímpico. “Eu utilizei as instalações militares na Urca e posso dizer que isso foi um diferencial no nosso desempenho nos Jogos, pela excelente infraestrutura em todos os aspectos. Todas as nossas necessidades foram atendidas”, contou.
 
Atleta militar da Força Aérea Brasileira, Bernardo Oliveira também treinou com a equipe de tiro com arco na estrutura do Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx) antes da estreia nos Jogos Olímpicos. “Ficou evidente para todo o nosso país que o investimento feito no esporte dá retorno. Esse dinheiro não é um gasto, é um investimento”, ponderou.
 
As Forças Armadas têm ainda outros três centros no Rio de Janeiro: o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), a Universidade da Força Aérea (Unifa) e o reestruturado Complexo Esportivo de Deodoro, palco de disputas olímpicas. “As pessoas sempre colocaram para cima de mim a ideia de que não tem como ser atleta profissional no Brasil. Ao longo dos anos vi que é possível sim”, enfatizou Bernardo.
 
O programa
Criado em 2008 pelo Ministério da Defesa em parceria com o Ministério do Esporte, o PAAR tem o objetivo de fortalecer a equipe militar brasileira em competições esportivas de alto rendimento. O alistamento é voluntário e os atletas selecionados são beneficiados com soldo, 13º salário, plano de saúde, férias, assistência médica e uso das instalações esportivas militares.
 
Há oito anos no PAAR, Vicente Lenilson, prata no revezamento 4x100m em Sydney 2000, hoje trabalha com a divulgação do programa para os mais novos. “Minha missão é passar para os jovens que eles podem chegar aonde cheguei, que é o pódio olímpico”, contou.
 
Em 2011, o Brasil terminou em primeiro lugar no quadro geral de medalhas dos Jogos Mundiais Militares do Rio. Na edição da Coreia do Sul, no ano passado, o país foi o segundo colocado, atrás apenas da Rússia. Nos Jogos Olímpicos de Londres, eram 51 atletas militares na delegação brasileira, que conquistaram cinco das 17 medalhas do país. No Rio de Janeiro, a participação aumentou significativamente.
 
O programa conta hoje com 627 atletas de alto rendimento, a maioria composta por temporários, que permanecem nas Forças Armadas por oito anos. Segundo o vice-Almirante Paulo Martino Zuccaro, o Ministério da Defesa investe cerca de R$ 15 milhões por ano com o salário dos atletas militares e aproximadamente R$ 3 milhões anuais em competições e treinamentos. Já o investimento do Ministério do Esporte, nos últimos cinco anos, foi de R$ 120 milhões em melhorias dos centros esportivos e de R$ 25 milhões no custeio e na participação dos atletas em competições.
 
Ana Cláudia Felizola - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte