Ministério do Esporte Lúcia Teixeira repete a campanha de Londres 2012 e leva o judô brasileiro ao pódio no Rio
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Lúcia Teixeira repete a campanha de Londres 2012 e leva o judô brasileiro ao pódio no Rio

O judô brasileiro conquistou, nesta sexta-feira (9.9), na Arena Carioca 3, no Parque Olímpico da Barra, sua primeira medalha nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. A paulista Lucia Teixeira repetiu a campanha das Paralimpíadas de Londres 2012 e ficou com a medalha de prata na categoria -57kg. O ouro foi para a ucraniana Inna Cherniak e completaram o pódio, com as medalhas de bronze, a japonesa Junko Hirose e a sul-coreana Hana Seo.
 
O pódio da categoria -57kg: objetivo de Lucia, agora, é trabalhar nos próximos quatro anos para mudar a cor da medalha em Tóquio 2020.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)O pódio da categoria -57kg: objetivo de Lucia, agora, é trabalhar nos próximos quatro anos para mudar a cor da medalha em Tóquio 2020.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Três judocas brasileiros se apresentaram na Arena Carioca 3 nesta sexta e apesar do apoio da torcida, que pelo segundo dia seguido praticamente lotou o ginásio para torcer pelos atletas da casa, somente Lucia conseguiu triunfar.
Aos 21 anos, o potiguar Abner Oliveira foi o primeiro a se apresentar, ainda pela manhã, na categoria -73kg. Ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, ele enfrentou o venezuelano Mauricio Briceno e não teve sucesso, sendo superado por ippon.
 
O segundo brasileiro a lutar, pela categoria -81kg, foi veterano Harlley Arruda, 37 anos, atleta de São Paulo e bronze no Parapan de Toronto. Diante do argentino José Effron, – prata nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, prata no Parapan de Toronto e bronze no Mundial de 2010 –, Harlley teve o mesmo destino de Abner e sofreu um ippon. Tanto Harlley quanto Abner ainda tinham a chance de avançar à repescagem. Mas como seus algozes perderam as lutas seguintes e eles dependiam de vitórias do argentino e do venezuelano para manter vivas as chances de chegar ao bronze as Paralimpíadas Rio 2016 acabaram sendo breve para ambos.
 
Restava, então, uma única esperança para o Brasil seguir na briga pelo primeiro pódio do judô nas Paralimpíadas do Rio: Lucia Teixeira, 35 anos, medalha de prata em Londres 2012 e vice-campeã mundial em 2010.
 
Lucia pisou no tatame da Arena Carioca 3 pela manhã para uma estreia complicada na categoria -57kg contra uma rival acostumada a brilhar nos Jogos Paralímpicos: a chinesa Lijing Wang, ouro em Pequim 2008 e prata em Londres 2012 (pela categoria -52kg).
 
Muito aplaudida pela torcida, Lucia Teixeira adotou uma postura ofensiva desde o início, ao contrário da chinesa, que sofreu três advertências por falta de combatividade. Com isso, a brasileira conquistou a primeira vitória no Rio 2016 e avançou para a semifinal, já que a chave feminina começou nas quartas de final. Ali, Lucia já tinha assegurado o direito de, no mínimo, brigar pelo bronze. Mas esse não era o plano da paulista.
 
Lucia Teixeira vibra com a medalha de prata: torcida a amparou após o revés para a rival ucraniana.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Lucia Teixeira vibra com a medalha de prata: torcida a amparou após o revés para a rival ucraniana.(Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Na semifinal, ainda pela manhã e novamente impulsionada pelos gritos dos torcedores, Lucia enfrentou a japonesa Junko Hirose e a luta acabou com um ippon da brasileira, o que levou o público nas arquibancadas ao delírio. A judoca repetia, assim, sua caminha de quatro anos atrás e estava garantida na final das Paralimpíadas. Quando se classificou, ela já sabia que brigaria pelo ouro com a ucraniana Inna Cherniak, atual campeã mundial, que, na primeira semifinal havia derrotado a coreana Hana Seo.
 
Ao final do confronto contra Cherniak, Lucia, ainda emocionada com o carinho que recebeu dos torcedores, que ao fim da disputa pelo ouro ovacionaram a judoca, disse que essa atitude teve um significado tão forte que foi impossível se deixar abater pelo revés.
 
“Eu não tive tempo de ficar triste. Quando você perde uma disputa de ouro bate aquela depressão. Mas logo depois (da final) a torcida começou a gritar o meu nome e então não deu tempo. Eu tive um aconchego do povo brasileiro e então não deu para ficar triste”, agradeceu a paulista, que afirmou ainda que o carinho que recebeu foi tão forte que foi difícil até manter o foco quando entrava no tatame.
 
“Foi muito emoção. Tive que controlar tudo isso para entrar no dojô (com também é chamado o tatame), esquecer da torcida e concentrar no que eu estava fazendo. Mas o primordial foi quando eu saí da disputa do ouro e tive esse aconchego todo. Foi fantástico”, continuou.
 
Lucia Teixeira adiantou que prosseguirá no Rio por mais dez dias para acompanhar o restante dos Jogos Paralímpicos e depois irá tirar férias. Quando voltar, reinicia o ciclo visando as Paralimpíadas de Tóquio 2020. “Sigo para um ciclo. Essa era uma decisão que eu só iria tomar depois (do Rio 2016) e agora passou eu posso dizer que vou para mais um ciclo. Tenho quatro anos para tentar mudar a cor da medalha. De preferência para o ouro, né?”, disse às gargalhadas.
 
Lucia Teixeira e a ucraniana Inna Cherniak na final: oponente foi mais forte e conseguiu imobilizar a brasileira.(Fotos: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)Lucia Teixeira e a ucraniana Inna Cherniak na final: oponente foi mais forte e conseguiu imobilizar a brasileira.(Fotos: Danilo Borges/brasil2016.gov.br)
 
Escrita se mantém
 
Em Jogos Paralímpicos, o judô brasileiro é um esporte com tradição de pódios. Antes de Lucia disputar a final nesta sexta-feira, o país havia conquistado 18 medalhas: quatro de ouro, cinco de prata e nove de bronze. Mas em meio a tantos resultados de expressão algumas escritas esperavam para ser quebradas no Rio de Janeiro. Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu.
Apesar de todo a força que recebeu das arquibancadas, Lucia viu a ucraniana Inna Cherniak se impor deste o início. E com apenas 1min20s se combate, a rival imobilizou a paulista, selando a vitória por ippon.
 
Com a segunda prata de Lucia, o Brasil segue sem que nenhuma de suas judocas tenha conseguido chegar ao lugar mais alto do pódio no maior evento paralímpico do planeta. Na verdade, o país só produziu um campeão nos Jogos: o paulista Antônio Tenório, um fenômeno e ouro em Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, além de ser medalhista de bronze Londres 2012. Aos 45 anos, Tenório luta neste sábado (10.9) no Rio 2016 para tentar ampliar sua coleção de conquistas.
 
Lucia por Lucia
 
Nascida em São Paulo em 17 de junho de 1981, Lucia da Silva Teixeira Araújo sofre de toxoplasmose congênita, uma infecção que se produz durante a gravidez causada pelo protosoário Toxoplasma gondii e que é passada da mãe ao feto. O parasita se alojou nos olhos de Lucia e resulta daí seu problema de visão (ela não é totalmente cega).
 
Aos 15 anos, influenciada pelos dois irmãos, que eram praticantes de judô, Lucia começou a treinar a modalidade. Mas apesar de apaixonada pelo esporte, a judoca interrompeu os treinos quando tinha 19 para 20 anos e foi levada a outros caminhos até que o judô novamente entrou em sua vida de uma forma inesperada. Essa é uma história que a própria Lucia contou ao brasil2016.gov.br durante os Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015 e que pode ser conferida no vídeo abaixo:
 
Entenda o judô paralímpico
 
A modalidade, única arte marcial no programa dos Jogos Paralímpicos, é disputada por atletas com deficiência visual divididos em categorias de acordo com o peso corporal. Existem três divisões de classes: B1, para cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância; B2, para atletas com percepção de vultos; e B3, para aqueles que conseguem definir imagens.
 
Com até cinco minutos de duração, as lutas acontecem sob as mesmas regras utilizadas pela Federação Internacional de Judô, entretanto com pequenas modificações em relação ao judô convencional. A principal delas é que o atleta inicia a luta já em contato com o quimono do oponente e a disputa é interrompida quando os lutadores perdem esse contato. Não há punições para quem sai da área de combate. No Brasil a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
 
Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br
Ascom -Ministério do Esporte
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