No início da noite desta quinta-feira (1.9), o movimento paralímpico foi celebrado no estacionamento 12 do Parque Cidade em um evento marcado por shows e muita emoção e que encerrou o revezamento da Tocha Paralímpica na capital.
De Brasília, o fogo seguirá para Belém (PA), Natal (RN), São Paulo (SP) e Joinville (SC) antes de chegar ao Rio de Janeiro para a cerimônia de abertura dos Jogos, no Maracanã. Em cada uma dessas cidades a chama representará um valor paralímpico. Na capital, o destaque foi para a igualdade. Belém ressaltará a determinação; Natal, a inspiração; São Paulo, a transformação e Joinville, a coragem. O valor para o Rio de Janeiro é paixão.
O revezamento em Brasília foi realizado em dois “períodos”, um pela manhã e outro à tarde. O evento começou às 10h, no Parque da Cidade, onde a primeira tocha foi acesa pelo professor de educação física Ulisses de Araújo. A chama, então, foi passada para o atleta paralímpico Cláudio Irineu da Silva, que abriu o percurso do fogo pela cidade.
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Ainda pela manhã, a Tocha passou pelo Parque das Garças e pelo Hospital Sarah Kubitschek – referência internacional em pesquisas avançadas e tratamentos na área de reabilitação –, onde foi recebida com muita festa por funcionários e pacientes.
Depois de uma pausa para o almoço dos profissionais da comitiva, a Tocha Paralímpica retomou o revezamento no período da tarde, chegando por volta das 14h ao Instituto Cultural, Educacional e Profissionalizante de Pessoas com Deficiência (ICEP), onde o revezamento foi retomado.
O ICEP luta pela melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, por meio de ações de inclusão social e resgate da cidadania com ênfase na formação educacional, profissional e inserção no mercado de trabalho. O instituto ainda desenvolve projetos como oficinas adaptadas pra fabricação de cadeira de rodas e também mantém equipes esportivas.
Presidente do ICEP, Sueide Moreira foi o primeiro a conduzir a tocha no local e disse que se sentiu honrado. “É um reconhecimento do trabalho pra promover a igualdade aqui no ICEP”, destacou. Sueide, então, passou o fogo paralímpico para o jornalista Kaique Moreira, que compartilhou o momento com a equipe de basquete do ICEP e com o pequeno Arthur, de 5 anos. Kaique ainda prestou uma homenageou ao avô, que gostava de esportes e tinha mobilidade reduzida.
Do ICEP, a chama seguiu para a Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (Cetefe), localizada na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), onde o servidor da Coordenação-Geral de Orçamento, Finanças e Contabilidade do Enap, João Gualberto, foi o primeiro a conduzir a Tocha no local. O Cetefe presta serviços gratuitos, contínuos e planejados às pessoas com deficiência e seu Núcleo Familiar domiciliadas no Distrito Federal e na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal.
João Gualberto passou o fogo para Jaime de Almeida, atleta da natação paralímpica da Cetefe, que depois de conduzir a chama a passou para Maria Fernanda, praticante de tênis em cadeira de rodas e que um dia sonha em disputar as Paralimpíadas. Por fim, o presidente da Cetefe, Rômulo Soares, que também é atleta e pratica badminton, encerrou as atividades do revezamento no local.
“É um dos momentos mais maravilhosos que eu já vivi poder segurar a chama paralímpica por alguns segundos”, disse Rômulo, emocionado. “Ser o único no planeta fazendo isso naquele momento é indescritível e para o paradesporto isso tem uma importância muito grande”, concluiu.
Enquanto a Tocha ainda circulava pelo Cetefe, a expectativa aumentava no Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais, na Asa Sul, onde os alunos, mesmo antes da chegada da chama, já cantavam o Hino Nacional de forma entusiasmada para homenagear o evento.
A alegria aumentou quando o fogo paralímpico finalmente chegou ao local, por volta das 15h30, onde foi recebido com muita festa. Lá, várias crianças com problemas de visão puderam segurar e sentir a Tocha, que tem inscrições em braile, em um dos momentos mais emocionantes do revezamento na capital.
No Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais, a Tocha, após passar pelas mãos dos alunos, foi levada por três condutores que ressaltaram a importância dos valores paralimpicos. O símbolo dos Jogos foi conduzido por Luiz Romão Paris, Kátia Aparecida e Glaci Silva, que foi a última a caminhar com a chama no local.
Praticante de goalball, Kátia Aparecida, de 21 anos, deu um belo depoimento sobre o que sentiu por ter sido escolhida como condutora da Tocha: “É uma emoção muito grande participar desse momento. Ainda não inventaram as palavras para descrever tanta emoção que estou sentindo”.
Após percorrer o Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais, a Tocha retornou para o Parque da Cidade para a última parte do revezamento na capital, justamente a mais longa. Lá, coube ao empresário da cidade Carlos Rocha a honra de ser o primeiro condutor no trajeto de 10 quilômetros que fechou o evento. “Acho que temos que destacar a questão da igualdade e para mim é uma emoção representar meu país nesse momento”, disse Carlos.
O jogador de futebol Dimba foi um dos que conduziu a Tocha no Parque da Cidade. Antes de caminhar com a chama, ele fez um pedido: “Nada melhor do que estar participando aqui desse evento. Convido a todos para que prestigiem todos os jogos e todas as competições das Paralimpíadas Rio 2016”.
Em dos momentos “radicais” do revezamento, a chama foi conduzida de kart e sob aplausos quando passou pelo Kartódromo do Parque e depois passou em frente ao Nicolândia, que ganhou um novo brilho entre tantos que iluminam o lugar.
Finalmente, perto das 19h, a Pira Paralímpica foi acesa no palco montado no estacionamento 12 do Parque da Cidade por Antônio Padilha, que desenvolve tecnologias para pessoas com deficiências motoras. Com isso, ele encerrou o revezamento da Tocha na capital.
Ex-triatleta e hoje professor de engenharia biomédica na Universidade de Brasília, Antônio Padilha trabalha no desenvolvimento de tecnologias para pessoas com deficiências motoras, como próteses robóticas e bicicletas assistidas por estimulação elétrica neuromuscular. “Foi muito mais do que esperava. Uma emoção e honra grandes poder representar um grupo de brasileiros que busca dar melhores condições de vida aos deficientes”, afirmou Padilha.
Shows
O revezamento da Tocha Paralímpica no Parque da Cidade foi marcado, além da emoção dos condutores, por muita música de qualidade. Antes mesmo da chama chegar ao estacionamento 12 para a celebração ao movimento paralímpico e o acendimento da Pira, diversas atrações agitaram o palco montado no lugar com música de qualidade. O maestro João Carlos Martins e o grupo Patubatê, por exemplo, animaram o público com músicas de Villa Lobos e Carlinhos Brown.
Rodrigo Vasconcelos, João Paulo Machado, Breno Barros, Mateus Baeta, Gabriel Fialho e Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte