Ministério do Esporte “Eu vim para fazer história”, diz Isaquias Queiroz com primeira medalha da canoagem velocidade no peito
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“Eu vim para fazer história”, diz Isaquias Queiroz com primeira medalha da canoagem velocidade no peito

A felicidade por ter conquistado a primeira medalha da história da canoagem velocidade brasileira nos Jogos Olímpicos é visível no sorriso de Isaquias Queiroz, prata na prova do C1 1.000m, no Estádio Olímpico da Lagoa, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (16.08). Mas ela contrasta com a pressa e a preocupação em deixar logo a zona mista para trás e não desagradar seu técnico, o espanhol Jesús Morlan. “Ele já deve estar louco me esperando para eu ir para a água”, diz o brasileiro, rindo, com a prata pendurada no pescoço.
 
Isaquias Queiroz sorri com a primeira medalha da história da canoagem velocidade brasileira no peito. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias Queiroz sorri com a primeira medalha da história da canoagem velocidade brasileira no peito. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
O motivo é nobre. Isaquias tem mais dois compromissos nos Jogos Rio 2016. O brasileiro compete no C1 200m e no C2 1.000, ao lado de seu conterrâneo, o baiano Erlon de Souza. Não há tempo para comemorar agora, e sim focar em fazer o que ele se propôs a alcançar no Rio de Janeiro. “Eu vim para fazer história. E ela está sendo escrita com a primeira medalha do Brasil. Vim aqui para buscar três e acredito que a gente possa conseguir bons resultados nas próximas provas”, afirma Isaquias, apontando para o objeto de desejo de todos os atletas olímpicos.
 
Aos 22 anos, o baiano de Ubaitaba chegou aos Jogos Olímpicos com o status de bicampeão mundial e forte candidato a conquistar ao pódio na canoagem velocidade. O único porém é que sua especialidade, o C1 500m, não faz parte do programa olímpico. Na primeira oportunidade que teve, no entanto, o brasileiro pareceu não se importar. Com o tempo de 3m58s529, perdeu apenas para o alemão Sebastian Brendel, agora bicampeão olímpico com 3m56s926.
 
“A sensação é fantástica. A prova é muito cansativa. Tive que aprender a conciliar o C1 1.000m com o C1 200m e o barco de equipe junto com o Erlon. Tinha um pouco de medo por estar treinando várias provas ao longo do ano para chegar aqui e tentar conseguir três medalhas”, admite Isaquias, falando sobre a prova e elogiando seu adversário.
 
“Controlei bastante o ritmo. Cheguei a ficar em primeiro na metade da prova. Depois dosei a remada. Sabia que o alemão é muito bom. O cara é um fenômeno na água. É muito mais velho que eu e tem mais experiência. Só fiquei atrás de um cara que é bicampeão olímpico, não sei quantas vezes campeão mundial, então, estou satisfeito. Na próxima Olimpíada acho que vai ser muito mais pegado”, projeta o brasileiro, já pensando em Tóquio 2020.
 
Isaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brIsaquias e Sebastian Brendel nos metros finais da prova. Alemão é bicampeão olímpico. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
Depois de cruzar a linha de chegada, Isaquias e Sebastian Brendel trocaram algumas palavras ainda dentro da Lagoa. O campeão olímpico cumprimentou seu principal rival e elogiou o futuro do brasileiro. “Cumprimentei e disse que ele é muito bom, que sou fã. Ele também me deu os parabéns, disse que sou muito novo e tenho muito tempo”, revela o brasileiro.
 
“Tem coisa melhor por vir”
 
Se a prata já é histórica para a canoagem velocidade do Brasil, Isaquias Queiroz ainda não está satisfeito. O brasileiro sabe que tem condições de voltar ao pódio nos próximos dois compromissos que tem no Rio 2016, principalmente no C2 1.000m, com Erlon de Souza.
 
“A gente tá muito focado. Estamos remando muito no C2. Vai depender da gente. Também não adianta treinar muito e não fazer nada na Olimpíada. Mas tem coisa melhor por vir”, ressalta o baiano, falando também da outra prova, o C1 200m. “A medalha está entre 38 segundos. Já consegui fazer 38 baixo, mas vamos esperar a prova, por que treinamento é uma coisa e competição é outra. Vamos ver o que vai acontecer.”
 
No C2 1.000m, Isaquias terá a oportunidade de dar o troco no alemão Brendel, que o venceu na prova individual. Os dois vão remar na mesma bateria na sexta-feira (19.08). Antes, o baiano volta ao Estádio da Lagoa para a disputa das preliminares do C1 200m, nesta quarta (17.08).
 
Torcida e família presentes
 
Dona Dilma Queiroz comemora a prata do filho no Estádio da Lagoa. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brDona Dilma Queiroz comemora a prata do filho no Estádio da Lagoa. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brNas arquibancadas do Estádio da Lagoa, Isaquias encontrou apoio da torcida brasileira. O canoísta conta que ouviu os gritos vindos da arquibancada nos últimos 300 metros da competição. Além disso, ali estavam  algumas presenças especiais, principalmente a de dona Dilma, mãe do atleta, que assistiu a ele competindo pela primeira vez.
 
 “Ela mora na Bahia e tinha medo de vir de avião. Eu falei: ‘a senhora vai vir de avião’. Ela veio e acabou gostando. Estou muito feliz por ela ter prestigiado essa medalha. Dei um abraço e ela ficou muito emocionada. Me matei para deixá-la feliz pelo filho dela”, declara o canoísta.
 
“Ele estava confiante. Falou para mim: ‘mãe, a gente está aqui preparado para tudo’. Ele se preparou para ganhar. A cidade inteira parou para ver”, lembra dona Dilma Queiroz, que veio ao Rio acompanhada da tia, do irmão e do sobrinho do canoísta brasileiro.
 
Acidentes, Segundo Tempo e investimentos
 
A história de Isaquias Queiroz impressiona muito antes de ele começar a remar. A infância do baiano foi recheada de acidentes e histórias de superação. Aos três anos, a queda de uma panela de água fervendo queimou boa parte de seu corpo e o deixou no hospital por mais de um mês. Dois anos depois, o baiano chegou a ser sequestrado em sua cidade natal, mas foi encontrado antes de ser dado para a adoção. Por fim, perdeu um rim ao escalar e cair de uma árvore quando tentava ver mais de perto uma cobra morta presa a um galho.
 
Festa brasileira no Estádio da Lagoa: Isaquias agradeceu barulho da torcida nos metros finais da prova. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.brFesta brasileira no Estádio da Lagoa: Isaquias agradeceu barulho da torcida nos metros finais da prova. Foto: Danilo Borges/brasil2016.gov.br
 
O brasileiro se diz satisfeito por ter superado tantos obstáculos e hoje competir em alto nível e ser medalhista olímpico, mas também minimizou as dificuldades que enfrentou para chegar aonde chegou. “É uma satisfação grande ganhar a medalha depois de passar por tanta coisa na minha vida e na minha carreira. Só tenho um rim e nunca usei isso para chamar a atenção. Para mim é uma coisa normal. No esporte todo mundo tem dificuldade e na vida também”, comenta Isaquias.
 
Outro momento marcante da vida de Isaquias Queiroz foi aos 11 anos, quando ele começou a praticar a canoagem velocidade por meio do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. “Essa medalha tem muito significado para mim por eu ter começado em um projeto social. O esporte pode mudar a vida de vários jovens. Espero que daqui para frente esse meu resultado e o de vários atletas possam abrir os olhos da sociedade”, destaca o canoísta, que também é beneficiado pelo programa Bolsa Pódio do governo federal.
 
Em 2010, o Ministério do Esporte celebrou convênio com a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) no valor de R$ 2,1 milhões para estruturação de centros da modalidade no país. Já por meio do Bolsa Atleta, maior programa de patrocínio individual do mundo, entre 2012 e 2015 o Ministério investiu R$ 5,4 milhões na concessão de 433 bolsas, nas categorias Atleta de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpica. Quatro atletas, entre eles Isaquias Queiroz, são patrocinados pela Bolsa Pódio, a mais alta do programa e criada após a eleição do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Rio 2016, num aporte de R$ 960 mil.
 
Vagner Vargas, Michelle Abílio e Rodrigo Vasconcelos – brasil2016.gov.br
 
 
 
 
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