Rio 2016 assina carta pela paz em congresso na cidade-sede dos Jogos

Publicado em Sexta, 24 Junho 2016 12:04
O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Dom Orani João Tempesta, e o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Nuzman, abriram, nesta quinta-feira (23.06), o congresso “100 Dias de Paz: Esporte para o Desenvolvimento Humano”, no Museu do Amanhã. O evento debate o legado social dos Jogos Olímpicos e a força do esporte na promoção da paz.
 
“Cem dias de paz é uma tradição da Grécia Antiga para que as pessoas sintam vontade de viver mais em paz e com entendimento mútuo”, disse Dom Orani. “Se países politicamente inimigos se colocam juntos no mesmo refeitório e no mesmo campo de disputa, podemos também almejar e sentir vontade de trabalhar pela paz. Parece utopia, mas temos que persegui-la”, completou o arcebispo para uma plateia de cerca de 300 representantes de pastorais e projetos sociais no auditório do museu, na Praça Mauá.
 
 
Como resultado do encontro, uma carta de intenções que reforça a paz e a humanização como temas centrais dos Jogos Rio 2016 foi assinada por Dom Orani, Carlos Nuzman, Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes.
 
“Os Jogos Rio 2016 trazem um diferencial em relação a Jogos anteriores, abrindo as portas para congregar a humanidade no espírito dos ideais Olímpicos e do que o esporte representa para meninos e meninas de todo o mundo em oportunidades não apenas como atletas, como também em suas atividades profissionais, religiosas e de contribuição para a sociedade", completou Nuzman.
 
O padre Leandro Lenin, coordenador do centro inter-religioso da Vila Olímpica e da campanha “100 Dias de Paz”, conta que a carta chegará ao Comitê Olímpico Internacional (COI). “A partir de 2020 começa uma nova agenda na forma de realizar os Jogos Olímpicos, já contando com essas diretrizes”, ressaltou, destacando os cinco valores que pautam os debates: fair play, paz, sustentabilidade, excelência e esperança.
 
Legado humano
A conferência faz parte da campanha "Rio se Move", da Arquidiocese do Rio, cujo objetivo é dar visibilidade a programas de inclusão social. “Queremos ressaltar a necessidade de um legado mais humano. Dar mais valor às pessoas, não apenas às estruturas. O homem tem de ser o foco central”, disse o padre Lenin, que é também será um dos condutores da tocha Olímpica.
 
"Trazer esse legado de diversidade e do espírito pela paz no mundo: essa é uma das tradições do COI, que tem a comissão Olympic Truce, de celebração da paz no movimento Olímpico", reforçou Nuzman.
 
Tradição grega
O nome do evento, "100 Dias de Paz", é uma alusão à trégua Olímpica, criada na Grécia no século VIII a.C., e que segue a tradição de interromper as guerras sete dias antes da abertura dos Jogos Olímpicos e só retomá-las sete dias depois do encerramento. Posteriormente, o prazo foi estendido para 50 dias de trégua antes e depois do período de competições, dando origem aos 100 dias. Originalmente, a ideia era permitir que atletas, artistas e famílias pudessem viajar em segurança para participar dos Jogos em Olímpia.
 
Fonte: Rio 2016
Ascom - Ministério do Esporte