Na mídia: entrevista do ministro Aldo Rebelo à revista Carta Capital

Última atualização em Segunda, 14 Abril 2014 09:06
Escrito por Breno Barros Pereira
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Segue a entrevista concedida pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, para a revista semanal Carta Capital sobre a preparação do país para a Copa do Mundo de Futebol 2014.  

Carta Capital: O governo apresentou diversas pesquisas que revelam o êxito econômico da Copa. Ao mesmo tempo, mais da metade da população vê mais prejuízos que benefícios no Mundial. Como o senhor interpreta o fenômeno?

Aldo Rebelo: A Fundação Getulio Vargas projeta a criação de 3,6 milhões de empregos e um acréscimo de 0,4% ao ano no PIB até 2019. A percepção negativa da população em relação à Copa reflete uma campanha contra o governo encampada por setores da mídia. Deturpam-se informações e falseia-se a realidade, como se a Copa fosse um caos e tudo estivesse atrasado.

Carta Capital: A Copa não está atrasada?

Aldo Rebelo: Não. Onze estádios realizaram eventos-teste. As obras dos aeroportos estão em curso, com prazo de entrega para o fim de abril ou de maio.

Carta Capital: Segundo a consultoria BDO, o custo médio do assento nos estádios da Copa é de 12 mil reais. Não é um valor muito alto?

Aldo Rebelo: Está abaixo da média mundial. Mas o valor não surpreende, pois o Brasil, hoje, é um país muito caro. Para a Copa, o governo federal ofereceu empréstimos do BNDES no valor de até 400 milhões de reais, dentro das regras do mercado. Além disso, foram concedidas isenções tributárias de pequena monta. Nada que se compare, por exemplo, aos 27 bilhões de reais de isenção concedida à indústria automobilística.

Carta Capital: Diversas obras de mobilidade urbana não devem ficar prontas a tempo da Copa. Isso compromete o evento?

Aldo Rebelo: Vamos deixar claro um ponto: essas obras são do PAC. Estavam previstas para ser executadas independentemente de o Brasil sediar a Copa. O metrô de Salvador, o BRT e o VLT de Fortaleza, o metrô do Recife, o VLT de Cuiabá, todas estão em execução. As que não forem entregues para a Copa ficarão prontas um pouco depois.

Carta Capital: E quanto aos aeroportos? Estão preparados?

Aldo Rebelo: A demanda será menor do que a capacidade instalada. Nosso maior problema é a operação aeroportuária, que não acompanhou a evolução tecnológica. Nos aeroportos mais modernos do mundo, o passageiro retira o bilhete, despacha as bagagens e apresenta seu passaporte num processo muito rápido e automatizado. Estamos começando a superar isso agora.

Carta Capital: O senhor acredita ser possível reverter a percepção negativa da população em relação à Copa?

Aldo Rebelo: Sim. O futebol, no Brasil, é muito mais do que um esporte. É a primeira plataforma de promoção social dos jovens pobres e negros. Um espaço democrático, que desperta a paixão do povo brasileiro.

Carta Capital: Mesmo para quem sofre com as intervenções urbanas da Copa?

Aldo Rebelo: Não há nenhuma intervenção urbana proporcionada pela Copa. Isso é uma farsa. Para o Mundial, só foram construídos os estádios, e não foi preciso desapropriar ninguém. As obras de mobilidade urbana são obras planejadas antes de se falar em Copa no Brasil. Ninguém faria uma obra de mobilidade só para recepcionar turistas durante um evento de 40 dias.